Objetivo é prevenir a transmissão do vírus por via sexual e também evitar gestações não planejadas. Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA) acredita que conscientização das comunidades pode fortalecer a demanda por serviços de saúde e contracepção.
Em encontro na semana passada que reuniu governo, agências da ONU e sociedade civil para discutir o andamento do plano nacional de resposta ao zika, o Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA) alertou que é necessário ampliar ações voltadas para a saúde sexual e reprodutiva de mulheres e da juventude. O objetivo deve ser prevenir infecções pelo vírus e gestações não planejadas.
“Precisamos seguir fortalecendo as comunidades, as mulheres, adolescentes e jovens, que podem ser agentes em uma estratégia de vigilância popular comunitária”, explicou a representante auxiliar do UNFPA no Brasil, Fernanda Lopes.
Para a agência da ONU, o engajamento comunitário e as ações de informação e comunicação de risco podem estimular a demanda por serviços de melhor qualidade e por contracepção. O vírus zika é transmitido por via sexual.
Condições de vida das populações também devem ser foco do combate à doença. “O plano integrado, ainda que tenha foco na atenção, não pode deixar de fora ações de vigilância e saúde ambiental”, acrescentou Lopes.
O UNFPA já mantém programas de conscientização e promoção dos direitos humanos, principalmente para as populações mais vulneráveis, em áreas de Pernambuco e da Bahia. Essas e outras atividades estão sendo mapeadas e avaliadas pelos parceiros envolvidos na elaboração do plano nacional, que deve adotar as melhores práticas.
Também presente na reunião, a coordenadora da Unidade Técnica de Família, Gênero e Curso de Vida da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), Haydee Padilla, ressaltou a importância do monitoramento das atividades de enfrentamento à epidemia.
“É relevante ter um relatório sobre zika, que diga o que estamos fazendo, onde existe zika, como as agências atuam. Nós temos que ter identificado os estados e as ações que devemos realizar ou dar continuidade. Ao lado do Ministério da Saúde e das secretarias, essa é a maneira de oferecer algo concreto e sustentável”, disse.
Desde que a pasta federal colocou o Brasil em alerta sanitário em 2015 até o quadro epidêmico atual, diferentes projetos já foram desenvolvidos por agências da ONU, governo e parceiros. “Quando olhamos para a rede de atenção à saúde, vemos a importância da organização no território”, afirmou Fernanda Monteiro, da Coordenação-Geral de Saúde da Criança e Aleitamento Materno do Ministério da Saúde.
Os próximos passos do plano nacional incluem a definição de ações por todo o Brasil e também de iniciativas específicas nas regiões mais afetadas. Também participaram da reunião representantes do Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), da ONU Mulheres, do Ministério do Desenvolvimento Social, do Conselho Nacional de Secretários Municipais de Saúde e do Instituto Fernandes Figueira, da Fundação Oswaldo Cruz.
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