A escritora lança o livro Mas você vai sozinha?, com o intuito de inspirar outras mulheres a desfrutar viagens sozinhas e contar as próprias experiências
GABRIELA VARELLA
03/10/2016
Gaía Passarelli, de 39 anos, começou a pegar a estrada desde cedo. Quando pequena, suas primeiras viagens foram ao lado dos avós. O hábito de se aventurar por cidades e países desconhecidos criou raízes. Jornalista e escritora, Gaía apresentou alguns programas na MTV Brasil, entre 2010 e 2013. No fim de setembro, lançou o livro Mas você vai sozinha? (Globo Livros, 176 páginas, R$ 39,90), na Livraria da Vila, ao lado da ilustradora Anália Moraes. “Eu já contava as histórias no meu blog e em outros lugares. O livro foi um processo de redescobrir essas histórias”, afirma.
A gaúcha Babi Souza, criadora do movimento Vamos Juntas?, que encoraja a união entre mulheres em trajetos do cotidiano, assinou a orelha do livro e participou de um debate antes da sessão de autógrafos. “Viajar sozinha é uma experiência importante, que dá uma grande sensação de liberdade”, diz Babi.
No ano passado, 9.852 usuárias da plataforma de viagem TripAdvisor responderam a um questionário que concluiu: uma em cada quatro daquelas interessadas em viajar o fazia sozinha. Elas planejavam repetir a dose de duas a quatro vezes ao ano. De acordo com o levantamento, o principal motivo era a liberdade de escolha para fazer o que bem entender durante o trajeto, segundo 65% delas. A experiência também era motivada pela vontade de ganhar mais independência, afirmaram 50% das participantes.
No entanto, essa decisão ainda é um tabu. Por isso, o título do livro de Gaía é uma pergunta que as mulheres costumam ouvir. “A frase não vale só para viajantes, mas para toda mulher que faz todo tipo de coisa sozinha – no show, no festival, no cinema, no jantar”, diz a escritora. “A questão da segurança realmente pega, e tem a coisa do ‘você não tem ninguém para ir com você?’ ou ‘você é antissocial, não gosta de gente?’. Estar sozinha é diferente de ser solitário. A gente tende a ver uma mulher que está sem companhia como largada, chata, alguém que ninguém quer”, afirma Gaía.
A escritora espera inspirar outras mulheres a saírem de sua zona de conforto. Mas não só. “Não é só viajar. Mesmo que seja em sua casa, em sua cidade, é aprender a estar com você mesma, a gostar de sua própria companhia. É um empoderamento necessário”, afirma Gaía.
Entre os caminhos que já percorreu, a visita ao sul da Índia, em 2014, foi a mais marcante na vida da autora. Estava muito longe de casa, como jamais havia ficado antes: “A viagem à Índia, que inclusive aparece em três histórias diferentes no livro, foi muito intensa. Para nós, ocidentais, ir para a Índia pela primeira vez é uma experiência muito diferente. É um desafio”, diz. Clique na imagem abaixo e confira um capítulo do livro sobre uma duas passagens de Gaía pelo país – Kanyakumari. Todo fim é um começo.
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