Algumas atletas como McKayla Maroney já se pronunciaram. Mas nesta quarta-feira, veio a acusação de maior peso já feita até agora contra Larry Nassar, que está preso desde novembro e foi médico da seleção norte-americana de ginástica por mais de duas décadas: Aly Raisman, um dos maiores nomes do esporte olímpicos dos EUA e dona de três medalhas em Mundiais e seis em Jogos Olímpicos, revelou também ter sido sexualmente abusada por ele.
Raisman contou sua história no ’60 Minutos’, um premiado programa jornalístico da televisão em seu país, apresentado na CBS desde 1968. A ginasta de 23 anos disse que foi sexualmente abusada por Nassar pela primeira vez quando tinha 15 anos.
Ouro por equipe e prata no individual geral e no solo na ginástica artística dos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, no ano passado, a atleta revelou que, após a competição no Brasil, chegou a conversar com investigadores do FBI sobre o médico.
Em agosto, Raisman já havia falado sobre escândalos que cercam Nassar, pedindo mudanças na Federação de Ginástica dos Estados Unidos. No entanto, não se pronunciou sobre ter sido ou não abusada por ele. A ginasta contou que sempre é questionada sobre o porquê de as meninas que sofreram abusos não terem se pronunciado há anos.
“Por que voltarmos atenção para o motivo de as atletas não terem falado? Por que não olharmos para a cultura? O que a Federação faz, e Larry Nassar faz, para manipular essas meninas ao ponto de elas terem tanto medo de falar?”, disse a campeã mundial e olímpica.
“Estou com raiva. Estou realmente chateada porque vejo jovens meninas que vem até a mim e me pedem fotos e autógrafos... e sempre que olho para elas, que as vejo sorrindo...apenas penso que quero conseguir mudanças para que elas nunca tenham que passar por isso.”
Preso, Dr. Nassar se declarou culpado nas acusações de pornografia infantil, mas não sobre os abusos sexuais. Mais de 130 mulheres, muitas delas atletas, apresentaram ações judiciais. Em um comunicado ao ’60 Minutos’, a Federação de Ginástica dos EUA disse que promoveu muitas mudanças desde que o escândalo veio à tona, como uma nova política de segurança no esporte, com “relatórios obrigatórios de suspeitas de abusos sexuais” e padrões estabelecidos para prevenir “interações inadequadas entre atletas e adultos".
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