Jornalismo de peito aberto
por Mamilos
4.nov.2017
O primeiro caso que colocou bullying na capa dos jornais e no centro das nossas discussões aconteceu em Taiuva, uma pequena cidade no interior de São Paulo, em 2003. O estudante Edmar de 18 anos, volta ao colégio onde concluiu o ensino médio, Coronel Benedito Ortiz, cumprimenta a zeladora e se dirige para o pátio. Lá, bem na hora do recreio, saca um revólver calibre 38 e começa a efetuar disparos. Após ferir nove pessoas, entre alunos, professores e funcionários, se mata com um tiro na cabeça. O menino sofria de obesidade e, mesmo depois de perder 30 quilos, continuou a ser ridicularizado pelos colegas.
De lá para cá, pelo menos três outros episódios deixaram um saldo de 16 mortos e 16 feridos. A tragédia mais recente a reacender o debate sobre bullying aconteceu em Goiânia, quando um estudante de 14 anos disparou contra colegas, matando dois e ferindo outros quatro, mas ainda se investiga se foram as gozações sofridas que detonaram o episódio.
Nos últimos anos temos discutido cada vez mais sobre bullying. Qual é o tamanho do problema? Segundo dados da Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar, estamos falando de um problema que atinge 7,4% dos estudantes que cursaram o 9º ano do ensino fundamental. O índice de alunos que admitiram já ter chantageado o colega, espalhado boatos ou criado apelidos pejorativos consegue ser ainda maior: 19,8% – ou 520 mil estudantes.
Vamos conversar agora pra entender porque esse assunto preocupa cada vez mais pais e educadores. O ambiente escolar está mais hostil ou nossas crianças estão menos resilientes? Como podemos combater esse problema?
Na mesa conosco para nos ajudar Leandro Beguoci, Diretor Editorial e de Conteúdo Associação Nova Escola e Laura Saad, Psiquiatra infantil trabalha em CAPES e consultório.
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