Contribua com o SOS Ação Mulher e Família na prevenção e no enfrentamento da violência doméstica e intrafamiliar

Banco Santander (033)

Agência 0632 / Conta Corrente 13000863-4

CNPJ 54.153.846/0001-90

sexta-feira, 5 de outubro de 2012


O diálogo é chave para prevenção

Série As multicausalidades da violência sexual contra crianças e  adolescentes
A discussão das causas que levam à violência sexual contra crianças e adolescentes deve levar em conta a questão da sexualidade de acordo com Itamar Gonçalves, gerente de programas da Childhood Brasil. “Desde o século 19, com os estudos de Freud, sabemos que uma das características que diferencia o ser humano dos outros animais é sua função sexual, que passa pela busca do prazer”, lembra Gonçalves. As descobertas de Freud sobre a sexualidade infantil provocaram grande espanto na sociedade conservadora do final do século XIX, visto que até aquela época a criança era considerada símbolo de pureza, um ser assexuado. Ao longo dos tempos, a sociedade vem se familiarizando e compreendendo as diferentes formas de expressão da sexualidade infantil.
Para bem além do sexo, a sexualidade é parte inerente da vida. Ela se manifesta desde os primeiros anos e segue se manifestando de forma diferente em cada fase do desenvolvimento humano. Sua discussão – e aplicação – no cotidiano das relações humanas, no entanto, é cercada de tabus. “Essa questão se insere no contexto de relações contaminadas por preconceito, estigma e crenças”, afirma a socióloga Graça Gadelha.
Saber a hora e a melhor maneira de falar sobre sexualidade com as crianças e seus pais é muito importante. Conhecer as características de cada fase do crescimento da criança pode ajudar a evitar equívocos na maneira de lidar com a sexualidade das crianças e dos adolescentes, respeitando etapas e formas de expressão da sexualidade, sem reprimi-las, e enfrentando a invasão da sexualidade infantil por adultos.
Segundo Gonçalves, a educação sexual deve começar em casa e na escola. “É importante que a criança cresça sabendo quais são seus direitos, inclusive os sexuais”, diz. “Existe um mito de referenciar a criança como um anjinho, um ser assexuado, o que acaba fazendo com que a discussão acerca da sexualidade não apareça dentro dos lares nem nas escolas, nas comunidades”, afirma.
A prevenção da violência sexual contra crianças e adolescentes deve acontecer dentro de um trabalho educativo global, enfocando a educação para a saúde sexual, seja ele realizado em casa, na escola ou em uma entidade social. A sexualidade da criança e do adolescente precisa se desenvolver em um ambiente propício para que eles tenham uma vida sexual saudável e feliz. A prevenção e o cuidado em relação à violência sexual devem levar em conta a importância da criança e do adolescente entenderem e discutirem sua sexualidade de acordo com a sua fase de desenvolvimento. Dessa forma, eles poderão entender comportamentos certos e errados de outras pessoas em relação ao seu corpo.  E é importante que isso não se transforme em “medo de sexo”.
A educação sexual e o acesso à informação são essenciais para enfrentar a violência sexual contra crianças e adolescentes. Porém, quando a violência já é uma realidade, os canais de denúncia e de aconselhamento podem e devem ser procurados.
Confira aqui no capítulo 11 desta publicação, dicas de atividades pedagógicas para trabalhar esse tema em sala de aula.

Nenhum comentário:

Postar um comentário