por Anette Lewin
"Sou casado há 17 anos e agora que conquistamos casa própria, carro e uma certa estabilidade, não conseguimos mais viver bem. Nós brigamos por qualquer motivo. Eu sinto que o nosso casamento chegou ao fim"
"Brigas constantes, no entanto, nem sempre significam o fim de um relacionamento. Às vezes podem ser apenas uma característica de um casal mais impulsivo" Resposta: Existe uma crença disseminada de que casais que batalham juntos por um objetivo... continuam juntos. Nem sempre é assim.
Certamente ter um objetivo em comum é importante para embasar um relacionamento, mas esse aspecto, por si só, não é suficiente para garantir a união dos envolvidos. Assim como alcançar objetivos estabelecidos em conjunto não justifica, por si só, brigas tão pesadas que levem o casal à ruptura da relação, como sugere o internauta.
As brigas entre um casal que convive junto há 17 anos podem ter várias causas. Comecemos pela questão da estabilidade colocada acima, que pode não ser o único motivo para desentendimentos mas, certamente, pode ser um dos motivos.
Quando um casal se casa jovem, está, de certa forma, unindo inseguranças para conseguir segurança. Na medida em que essa união de forças faz com que adquiram seus bens, tenham filhos, progridam em seus empregos... eles adquirem mais confiança em si mesmos no sentido individual. Assim pode chegar um momento em que sintam que não precisam mais tanto do outro para crescer e as brigas podem aumentar. Afinal, cada um, do alto do seu pedestal, imaginará que suas ideias sempre darão certo e se sentirá o responsável pelo sucesso dos planos do casal. As brigas podem começar por aí.
O desgaste natural da relação também pode estar por trás das brigas recorrentes, principalmente em tempos de comunicação fácil e imediata onde a galinha do vizinho sempre parece mais interessante do que a nossa, e trocar de parceria fica parecendo fácil, divertido e excitante. E quem não tem medo de perder, não tem medo de gritar, agredir e se descuidar.
Brigas constantes, no entanto, nem sempre significam o fim de um relacionamento. Às vezes podem ser apenas uma característica de um casal mais impulsivo. Ou podem ser um sinal de alerta para que o casal reavalie seus objetivos pessoais e retornem a eles após uma construção em conjunto. Nessa situação, ao invés de se pensar em fim de relacionamento, vale pensar em revisão, reforma, recomeço, enfim, tentar atitudes e comportamentos ainda não usados na relação para ver se funcionam. Não é fácil, mas quando dá certo, abre perspectivas bastante promissoras para o casal que passa a entender o relacionamento como algo dinâmico, renovável e assim reconquistar o entusiasmo e a vontade de vivenciar novas experiências.
Por que não se consegue reverter desentendimentos?
Caso isso já tenha sido testado e realmente o relacionamento tenha chegado ao fim; sempre é bom lembrar que a dificuldade de reverter desentendimentos depois de tantos anos e tantas conquistas em comum deve ser reavaliada e muito bem analisada:
- Por que o casal está brigando?
- O que dispara essas brigas?
- Quem costuma ceder e quem jamais volta atrás?
- Quais comportamentos mantêm essa situação tão estressante?
Isso para evitar cair na armadilha de trocar de parceira e cair na mesma situação de brigas insuportáveis. Certamente num tempo bem mais curto que os 17 anos de casamento já vividos.
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