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segunda-feira, 8 de julho de 2013

Fuja dos modismos e tire as fraldas das crianças no tempo certo

por Ana Cássia Maturano 
Por esses dias, li uma reportagem sobre um método de ensinar bebês, no primeiro mês de vida, a usar o penico. Chamado de higiene natural, consiste em ficar atento aos sinais que a criança dá quando vai fazer xixi ou coco para, quando surgirem, levá-la rapidamente ao vaso.


Para mim isto é uma novidade. Nunca havia ouvido falar. Curiosa, pesquisei sobre o tema. Não vi muita coisa, principalmente dados mais científicos. Em verdade, esse método parece contrariá-los.
Os defensores apontam algumas vantagens: é econômico; menos poluente por não descartar fraldas; menos trabalhoso, pois não é preciso lavá-las, embora imagino que ficar a maior parte do dia atento aos sinais de uma criança seja mais custoso; e o principal é o de propiciar o estreitamento dos laços entre pais e filhos, visto que se estabelece uma comunicação entre eles.
As vantagens são mais de ordem econômica. Poucos são os benefícios para a criança. Se pensarmos no aspecto da comunicação, considerando principalmente a dupla mãe/bebê, ela já se dá durante a gravidez. Tanto é assim que, ao nascer, os pequenos reconhecem sua voz e a de outras pessoas que conversavam com a “barriga”, acalmando-se ao ouvi-las.
No início, costuma haver uma sintonia tão grande da dupla, que as mães conseguem distinguir o significado de cada choro de seu bebê. Inclusive, às vezes, parece que só ela o escuta. É uma comunicação tão refinada, que permite que ela vá de encontro às suas necessidades emocionais. Imagino que ficar atento aos sinais de quando fará xixi ou coco atrapalharia isso.
Sem contar que, a hora da troca da fralda é um momento íntimo e prazeroso com o cuidador. Onde brincam e pode ser divertido. Indicando que as coisas que saem de dentro do bebê é algo aceitável. Muitas crianças temem seus próprios excrementos, como se fosse algo ruim e venenoso, podendo gerar conflitos emocionais. Certa vez, atendi uma criança que tinha tanta repulsa pelas suas fezes, que passava semanas sem colocá-las para fora, chegando a se sentir mal.
O treino que se faz ao banheiro é muito delicado, pode trazer consequências físicas e psíquicas e depende de um amadurecimento do organismo. A possibilidade de usar uma privadinha se dá por volta dos 18 meses. Não para todas as crianças, cada uma tem seu ritmo. Elas próprias começam a se incomodar com as fraldas. Este incômodo funciona como um sinal para iniciar sua retirada. À noite, a fraldinha pode ser deixada de lado quando começa amanhecer seca.
Vi uma foto de uma criança toda molinha, com semanas, sendo suspensa por duas mãos sobre uma privada. Imagino o quão angustiante pode ter sido esta experiência. Depois de tanto tempo num lugar apertadinho, o útero, sentiu-se solta no ar.
A princípio não vejo vantagens na utilização deste método. Pelo contrário. Parece mais um modismo que serve apenas para apressarmos nossas crianças. Não há necessidade. Há tempo para tudo.

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