30/12/2015
Grasielle Castro Favoritar
Grasielle.Castro@brasilpost.com.br
Gênero na escola pode?
Não só pode, como deve, segundo a diretora do Instituto de Bioética, Direitos Humanos e Gênero (Anis), Debora Diniz.
Em um vídeo curto, a antropóloga e professora da Universidade de Brasília (UnB) explica que a discussão sobre gênero não tem como objetivo romper com a família, mas questionar o papel de homens e mulheres.
“Gênero é fazer perguntas sobre formas que são naturalizadas do feminino e do masculino. Não é transformar ninguém em gay, em drag queen e não é romper com as famílias. É o contrário. Ter famílias mais afetuosas, cuidadoras, permitindo que homens cuidem dos seus filhos, lavem louças e trabalhem.”
Perguntada sobre em quanto tempo o debate poderia destruir a ‘tradicional família brasileira’, Debora é categórica:
"Isso vai ser em breve, porque se a tradicional família brasileira é aquela que a mulher tem que lavar louça, usar saia comprida, que a mulher não pode votar, não pode trabalhar e que os homens ainda podem bater nas mulheres, essa família tradicional brasileira nós queremos que acabe logo."
A antropóloga, porém, acrescenta que a discussão não é sobre isso.
“Não é disso que estamos falando. Por que essa fantasia toda? O que é gênero? Gênero é um conceito que nos permite fazer a pergunta sobre porque mulheres pintam as unhas e homens não.”
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