Caio Delcolli
Caio.Delcolli@brasilpost.com.br
31/12/2015
Marvel e
DC Comics, as principais editoras de super-heróis, são conhecidas por criar
personagens que pertencem a minorias em representatividade, como pessoas LGBT, mulheres e negros.
No entanto, hoje elas estão em seu ápice para incorporar a diversidade da vida real às suas histórias. E o ano de 2015 foi excepcional nesse sentido.
O Homem de Gelo, um dos membros fundadores dos X-Men, se assumiu como gay. Uma capa em que a Batgirl é vítima de violência – em uma cena sinistra – foi cancelada e gerou um pedido de desculpas. Um cientista coreano genial é o novo Hulk.
Estes são alguns exemplos de como os quadrinhos de super-heróis estão atuais e criativos como nunca. Abaixo, você encontra mais alguns:
Mulher-Aranha grávida de oito meses
O novo Hulk tem origem coreana
O cientista Amadeus Cho, americano de origem coreana, é o
novo homem que será o "Golias verde" – apelido dele nos quadrinhos – da Marvel. Ele é a sétima pessoa mais inteligente do mundo e tem comportamento impulsivo. Ao contrário de Bruce Banner, ser o Hulk é motivo de deleite para Cho. O novo gibi,
The Totally Awesome Hulk ("o totalmente incrível Hulk", em português), estreou em dezembro.
Moon Girl: negra, pré-adolescente e genial
Esta é a protagonista de
Moon Girl and Devil Dinosaur ("garota lunar e o Dinossauro Demônio"), nas bancas
desde novembro. Lunella Lafayette tem 13 anos, é amiga do Dinossauro Demônio e tem a ambição de estudar nas melhores instituições de ensino dos Estados Unidos. O DNA alienígena que a garota tem a faz se sentir deslocada, mas ela não quer deixar isso atrapalhar sua vida. A amizade de Moon Girl e seu amigo é a essência das histórias. Boa, Marvel!
Mulher-Gato finalmente fora do armário
Após muitos anos de especulações, em 2015, a personagem do universo do Batman finalmente
saiu do armário como bissexual. Presente nos quadrinhos da DC desde 1940 – e em diversas obras derivadas, como filmes, séries de TV e games – a orientação sexual agora confirmada da Mulher-Gato valerá para sempre. Ou seja, não estamos falando de mais daquelas histórias ambientadas em universos paralelos "onde tudo pode acontecer", mas da versão definitiva da personagem.
Esta capa machista foi cancelada
Reprodução/DC Comics/Rafael Albuquerque
O artista responsável pela ilustração é o brasileiro Rafael Albuquerque, e ela foi feita para uma série especial de capas para comemorar os 75 anos do Coringa, vilão da DC. Trata-se de uma referência a um acontecimento icônico dos quadrinhos: na história
A Piada Mortal (1988), o Coringa invade a casa da Batgirl e a deixa paraplégica com um tiro. A capa foi feita para
Batgirl #41, mas não chegou a ser publicada, pois causou furor nas redes sociais. Mais uma vez, os quadrinhos estavam sendo machistas para retratar mulheres. Albuquerque e a DC
decidiram não lançar a capa, além de o autor ter reconhecido o erro e pedido desculpas. Violência contra a mulher? Não passará.
Um supergrupo de mulheres contra o nazismo
Antes uma
coleção de estátuas, as Bombshells ganharam uma série de quadrinhos só para elas. Ambientada em uma realidade paralela, o supergrupo combate o nazismo durante a II Guerra Mundial. São a Mulher-Maravilha, Batgirl e Supergirl. Elas se tornam famosas e
são críticas sobre como a imagem delas é usada.
O Thor? Não, "a" Thor
Divulgada em fevereiro como a nova pessoa a assumir o posto de Thor – ou seja, digna de levantar o martelo Mjölnir –, a estreia da super-heroína serviu para ressaltar, também, o interesse da Marvel em aumentar seu público e atrair mais mulheres para lerem seus gibis. O resultado? Sucesso –
superou sua versão masculina nas vendas, além de podermos considerá-la um
sucesso de vendas de maneira geral. Em maio, a identidade de Thor
foi anunciada pela editora: ela é Jane Foster, coadjuvante de décadas nas histórias do herói. Ambos já foram um casal.
A-Force: as mulheres dos Vingadores em um grupo só
Quinze das mulheres que já fizeram parte dos Vingadores – como Mulher-Hulk, Viúva Negra e Vespa – se unem, pela primeira vez, no grupo A-Force, cujas revistas estão
nas bancas desde maio de 2015. Elas protegem o planeta matriarcal (sim, matriarcal) Battleword ("mundo da batalha").
Homenagem a discos de hip hop em capas da Marvel
Vigilante que usa o Grindr para achar parceiros
Aceitar a si mesmo, como mutante e gay
Em
All-New X-Men, recente série dos mutantes da Marvel, o jovem Homem de Gelo viaja no tempo e encontra sua versão adulta do futuro. Na
edição 40, lançada em abril de 2015, o herói adolescente
se identificou como gay. A novidade deixou o meio dos quadrinhos agitado. Curioso a respeito de sua versão adulta, na revista
Uncanny X-Men #600, o personagem
pergunta para confirmar se o mais velho também é. Em uma cena delicada, o Homem de Gelo adulto diz para sua versão jovem: "Você vai ser mutante
e gay. Uau. Como você pode estar mais tranquilo que eu?". Até o momento, o x-man era visto como heterossexual, mas nunca tinha assumido qualquer identidade.
De coadjuvante a rock star
Desde que
chegou às bancas em junho, a Canário Negro – figura conhecida para fãs dos quadrinhos da DC – lidera uma banda de rock. E os
fãs adoraram a novidade. A série
Black Canary tem bastante ação e mistérios protagonizados pela heroína – e conseguiu fazer da personagem mais que uma frequente coadjuvante de sempre em outros títulos da editora.
Um casal de supervilãs
As duas vilãs Arlequina e Hera Venenosa, da DC Comics, conhecidas por fazerem parte do universo Batman, sempre deixaram os leitores com a dúvida: elas são ou não são um casal? Em junho, durante uma conversa no Twitter, os roteiristas da revista
Harley Quinn confirmaram:
sim, elas são.
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