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segunda-feira, 13 de agosto de 2018

CONHEÇA AS SETE CIENTISTAS VENCEDORAS DO PRÊMIO L’ORÉAL-UNESCO-ABC PARA MULHERES NA CIÊNCIA 2018

Programa que estimula a participação da mulher na ciência brasileira bateu recorde de inscrições este ano e oferece bolsa-auxílio de R$ 50 mil a cada cientista

12.08.2018

Promover qualidade de vida para pacientes idosos em tratamento de câncer, usar a pedra-sabão como solução para aperfeiçoar próteses ortopédicas e dentárias, e buscar a alimentação correta para a resistência das bactérias a antibióticos são alguns dos temas pesquisados pelas sete vencedoras da 13ª edição do “Para Mulheres na Ciência”, programa desenvolvido pela L’Oréal Brasil em parceria com a UNESCO no Brasil e a Academia Brasileira de Ciências (ABC), cujo objetivo é promover a igualdade de gênero no ambiente científico. Desde 2006, o prêmio já reconheceu o trabalho de mais de 80 pesquisadoras brasileiras, estimulando a participação feminina na ciência e no ambiente acadêmico.

Há trezes anos, o prêmio reconhece cientistas com uma bolsa-auxílio de R$ 50 mil reais em quatro categorias: Ciências da Vida, Química, Matemática e Física. A edição 2018 bateu recorde de inscrições: ao todo, foram registradas 524 inscrições, 34% a mais que em 2017. A entrega da premiação acontecerá em 4 de outubro, na sede da L’Oréal, no Rio de Janeiro.

Todo ano, os jurados escolhem trabalhos com potencial de encontrar soluções para importantes questões de saúde, ambientais e econômicas. Saiba mais sobre as cientistas reconhecidas em 2018:
CIÊNCIAS DA VIDA
Angélica Vieira: estudo sobre resistência de bactérias a antibióticos
A bióloga Angélica Vieira, da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), dedica-se a um tema de grande repercussão mundial: a resistência a antibióticos; causa de morte de 700 mil pessoas todos os anos. Especialista em Imunologia, a cientista mostra que uma possível solução pode estar mais perto do que se pensa: dentro do próprio organismo humano. Em seu projeto, Angélica procura descobrir os efeitos de uma alimentação balanceada através das bactérias benéficas que habitam o corpo, já que elas produzem substâncias – chamadas de metabólitos – que auxiliam no combate a bactérias “invasoras”.
Ethel Wilhelm: projeto sobre terapias eficazes para causas de dores em idosos
A bioquímica Ethel Wilhelm, da Universidade Federal de Pelotas (UFPel), dedica-se ao tema do envelhecimento populacional. Pacientes idosos em tratamento contra o câncer – doença diretamente relacionada ao envelhecimento das células, entre outros fatores – costumam se queixar de efeitos adversos, como as dores nas extremidades do corpo. Em seu projeto, a cientista busca entender as causas das dores para desenvolver terapias mais eficazes que levem em conta as especificidades dessa faixa etária. Uma pista pode estar na relação entre a quimioterapia e o estresse oxidativo; tema em que Ethel é especialista.
Fernanda Cruz: estudo busca por tratamentos menos invasivos para asma grave
Especialista em medicina regenerativa, a pesquisadora Fernanda Cruz é recém-concursada do Laboratório de Investigação Pulmonar (LIP) do Instituto de Biofísica Carlos Chagas Filho (IBCCF/UFRJ). A médica dedica-se ao estudo de problemas respiratórios crônicos desde sua iniciação científica, feita na mesma Instituição. O foco da cientista e seu grupo é buscar tratamentos menos invasivos para a asma grave e a doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC), que se tornaram mais comuns no cenário de envelhecimento da população. A pesquisa propõe o uso de monócitos em vez de células-tronco.
Sabrina Lisboa: projeto estuda terapia mais eficaz para pacientes com Transtorno de Estresse Pós-Traumático
Sabrina Lisboa, biomédica da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo busca uma terapia eficaz para pacientes que sofrem de Transtorno de Estresse Pós-Traumático (TEPT), uma condição que atinge cerca de 8% da população mundial. Atualmente é preciso combinar diversos medicamentos para o tratamento, o que aumenta os riscos de efeitos colaterais. O grupo de pesquisa da pós-doutoranda da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo procura, portanto, entender as alterações que acontecem no cérebro de quem desenvolve o TEPT através de modelos experimentais. A partir das descobertas, um dos medicamentos já avaliados como uma possível terapia é um composto sintético semelhante ao THC encontrado na cannabis.

FÍSICA

Jaqueline Soares: projeto busca criar próteses ortopédicas e dentárias mais resistentes
A inspiração para o projeto da cientista mineira Jaqueline Soares veio de um ingrediente famoso e abundante em sua região: a pedra-sabão. Docente da Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP), a especialista em nanotecnologia pretende usar o talco produzido a partir da pedra para tornar próteses ortopédicas e dentárias mais resistentes. O pó tem um custo reduzido e pode ser incorporado ao filme de hidroxiapatita, material usado nos implantes, aumentando sua durabilidade sem provocar uma rejeição do organismo.
MATEMÁTICA
Luna Lomonaco: estudo do fractal chamado Conjunto de Mandelbrot
Luna Lomonaco, do Instituto de Matemática e Estatística da Universidade de São Paulo (IME/USP), é especialista em sistemas dinâmicos, a ciência que analisa o comportamento de sistemas que mudam com o tempo e, assim, tenta prever seus próximos movimentos. Em seu projeto, a cientista se dedica ao estudo do Conjunto de Mandelbrot, um dos fractais mais conhecidos, e suas cópias dentro e fora do objeto geométrico.
QUÍMICA
Nathalia Lima: projeto visa aumentar prazo de validade do cimento para beneficiar economia brasileira
Nathalia Lima, da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), busca a solução para um problema comum relacionado à economia brasileira e o campo da Engenharia Civil: o curto prazo de validade do cimento. O material amplamente usado em construções mantém suas condições ideais por apenas 90 dias após a fabricação. O estudo da cientista analisa as reações envolvidas na degradação do cimento por meio de técnicas como microscopia de fluorescência e química quântica. A partir da análise, a intenção é propor novas formas de armazenamento que sigam as condições ambientais de cada região, visando aumentar a durabilidade do material.

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