Pobreza extrema na América Latina e Caribe poderia ser 30% maior sem mulheres trabalhando, diz ONU
Na última década, os países latino-americanos têm feito progressos consideráveis em termos de redução da pobreza e da desigualdade. E, de acordo com o estudo O efeito do poder econômico das mulheres na América Latina e no Caribe, de autoria do Banco Mundial, sem tantas mulheres trabalhando, a pobreza extrema na América Latina seria 30% maior em 2010.
O estudo, lançado em agosto, afirma no entanto que o ingresso das mulheres no mercado de trabalho não foi o maior diferencial entre os anos 2000 e 2010, mas sim a produtividade no trabalho, impulsionada por um maior acesso a educação. Na maioria dos países latino-americanos, o percentual de mulheres que frequentam a escola primária aumentou de forma constante e elas também tiveram um melhor desempenho do que os homens no segundo e terceiro graus. No Brasil, em família chefiadas por mulheres, os filhos têm uma chance 7% maior de estarem matriculados em pré-escolas. A diferença sobe para 14% no segundo grau.
Segundo estudos já feitos e em andamento, a atenção às crianças e às famílias chefiadas unicamente por mulheres podem contribuir para que as mulheres alcancem melhores posições no mercado de trabalho. Uma pesquisa feita no Rio de Janeiro, onde um grupo de mães pobres e vulneráveis receberam um serviço gratuito de babá, indica que estes serviços podem melhorar as margens de participação — o número de horas trabalhadas ou a obtenção de empregos mais produtivos –, em vez de encorajar as mulheres a entrar no mercado de trabalho.
A inclusão de homens e meninos nas discussões de gênero também é importante para a redução de desigualdades, pois a mulheres ainda desempenham dupla jornada na maioria dos lares latino-americanos. O Instituto Promundo do Brasil traz importantes contribuições no que diz respeito a esse tema, que também foi alvo de um relatório do Banco Mundial intitulado ”A outra metade do gênero“.
http://www.onu.org.br/pobreza-extrema-na-america-latina-e-caribe-poderia-ser-30-maior-sem-mulheres-trabalhando-diz-onu/
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