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segunda-feira, 1 de outubro de 2012


Qualidade de vida agora e depois
  

Na Visita de Domingo de hoje, a jornalista Ana Celia Aschenbach nos fala de sua tia, 87 anos – uma idosa cuja qualidade de vida contrasta com a da maioria da população de terceira idade do país.
A qualidade de vida da Tia Junia, 87 anos, é algo de dar inveja. Além de se exercitar regularmente, manter uma alimentação adequada, ler, ir ao cinema e a concertos de música clássica, ela agora está passando as férias na Espanha, junto de seu namorado, o também octogenário, Sr. Jerônimo.
Eles se conheceram num réveillon na minha casa há cinco anos. Nessa época, Sr. Jerônimo ainda estava casado, mas sua esposa vivia numa clínica de repouso, com Alzheimer. Eles, como se fossem adolescentes que têm a vida toda pela frente, esperaram o destino fazer a sua parte e, quando enviuvou, deu mais um tempinho, até pedir a mão de Tia Junia em namoro.
Cada um vive em sua casa. Ela em São Paulo e ele no alto de uma montanha, próximo à capital paulista. Lá, tem uma marcenaria, cultiva hortaliças, faz caminhadas regularmente, prepara pratos espanhóis com taças de vinho e fica esperando os finais de semana, quando a namorada chega para visitá-lo. Uma vez por ano viajam para Leon, na Espanha, onde nasceu e mantém uma casa.
A família de ambos não só consente como apoia e faz gosto que eles se relacionem, pois acreditam – eu acredito muito – que um dos pilares para a qualidade de vida em qualquer idade é viver um relacionamento amoroso. Seja ele convencional ou não. Mas a velhice inspira mais cuidados, as dores aparecem com maior frequência e a falta de perspectiva para o futuro pode por tudo a perder.
Tanto Tia Junia como o Sr. Jerônimo não desistiram de viver em nenhum momento. Esse talvez seja o mais forte apelo para a qualidade de vida deles. As dores, as angústias, as aflições, claro, apareceram. Mas eles foram fortes o suficiente e acreditaram o tempo todo que sempre algo de melhor estava para acontecer. Eles criaram um novo conceito sobre a forma de envelhecer e viver a velhice.
Quem sabe ainda dá tempo para mim, para você que está lendo esse post e para os brasileiros em geral, começar a fazer algo agora em busca da qualidade de vida e mantê-la até lá, na velhice. Políticas públicas nesse sentido também seriam muito bem-vindas, pois já não somos mais um país jovem. O Censo de 2010 mostrou que o Brasil está caminhando para ser, nos próximos anos, o sexto país no mundo com o maior número de pessoas idosas. E nós estamos nessa barca. O que faremos para envelhecer bem, com dignidade?
Fiquei chocada ao ler um estudo sobre o aumento de suicídio de pessoas idosas no Brasil e saber que esse número tende a crescer, especialmente entre homens com mais de 75 anos.
E aí vem a indagação: como nós podemos transformar nosso comportamento agora em relação à velhice para termos qualidade de vida?

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