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domingo, 24 de fevereiro de 2013


Casa de apoio em RO ajuda mulheres a saírem da dependência química

Casa Monsenhor Gabriel Mercol, realiza atendimentos há um ano.
Tempo de tratamento varia de acordo com cada interna, diz irmã diretora.


Do G1 RO
Irmã com interna na casa de recuperação (Foto: Paula Casagrande/G1)Irmã com interna na casa de recuperação
(Foto: Paula Casagrande/G1)
No distrito Bandeira Branca em Presidente Médici (RO), há um ano, mulheres dependentes químicas recebem tratamento gratuito em uma comunidade terapêutica chamada Casa de Recuperação Monsenhor Gabriel Mercol. Atualmente, cinco estão em fase de recuperação. A duração do tratamento varia de acordo com a necessidade da assistida. A comunidade é voltada  para reestruturação da identidade e mudança de estilo de vida, que é coordenada por cinco irmãs da Copiosa Redenção, núcleo de Ponta Grossa (PR).
Para ajudar a ocupar o tempo e a mente, as internas realizam trabalhos laborais e de artesanato, como pintura, bordado e até aulas de violão. “Quando entram, chegam debilitadas e aqui aprendem de tudo. Desde como manter uma casa até trabalhos artesanais. Elas vão precisar disso quando retornarem à sociedade”, explica Ana Carolina da Silva, irmã coordenadora da instituição.
G1 conversou com algumas das mulheres que estão em tratamento na casa de recuperação, ninguém quis ter o nome revelado. Para a empregada doméstica de 43 anos, de Vilhena (RO), há 45 dias a contagem do tempo tem sido diferente. “Aqui vivemos um dia de cada vez e disso depende nossa recuperação”, considera.
A doméstica é a mais nova interna da casa, conta que a experiência com álcool durou oito anos. “Eu precisava de ajuda e sabia disso. É o primeiro e mais difícil passo para quem está nesta situação: aceitar que tem um problema e que precisa de ajuda”, exemplifica. Para a empregada, a força para continuar o tratamento é a filha de 12 anos, que está morando com o pai. “Minha alegria é poder falar com ela ao telefone e ver que ela está feliz por eu estar aqui. É ela quem me dá a força maior para poder continuar me tratando”, diz emocionada.
Com 25 anos, a agente de saúde, de Alta Floresta (RO), começou o tratamento aplicado na comunidade há 90 dias. Ex-usuária de crack, a agente conta que tinha atingido o seu limite quando aceitou ajuda, conta que o mais difícil é ficar longe do filho. “Sei que isso é para o bem dele e o meu também. É necessário”.
A casa funciona em regime de internato e o tempo de permanência depende de cada interna, analisado pela equipe de coordenação. “Elas têm esse tempo aqui dentro para se perceberem. Participam de grupos de autoajuda, de partilha, onde têm contato maior com as outras internas e liberdade para se ajudarem”, define.
Internas realizam atividades laborais e de artesanto (Foto: Paula Casagrande/G1)
Internas realizam atividades laborais e de artesanato (Foto: Paula Casagrande/G1)
A irmã Adriana Glenn, diretora da casa, conta que a primeira fase é a mais difícil. “É a fase de adaptação, elas chegam agitadas e precisam aceitar a situação. Essa fase pode durar até cinco meses, depende de cada uma delas”. De acordo com a irmã, para o ingresso na comunidade é feita uma triagem com as interessadas.

O projeto é uma parceria entre a Associação de Monsenhor Gabriel Mercol, Diocese de Ji-Paraná (RO) e a Associação de Voluntários de Ji-Paraná (AVJ). Atualmente a comunidade tem capacidade para receber até 32 mulheres. Em pouco mais de um ano de funcionamento, 19 pessoas passaram pela casa.
“Ainda não temos toda a estrutura montada, ainda há setores que precisam ser implantados e outros concluídos para que funcionemos com capacidade total. A casa para adolescentes é uma delas”, explica a diretora.

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