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sábado, 23 de fevereiro de 2013



O primeiro-ministro irlandês apresentou desculpas aos milhares de mulheres que, durante mais de sete décadas, foram internadas e forçadas a trabalhar sem contrapartidas nas lavandarias dos chamados “conventos de Maria Madalena”, administrados pela Igreja Católica.

Respondendo ao relatório independente que responsabilizou o Estado irlandês por enviar um grande número de mulheres para estas instituições, Enda Kerry disse que “é preciso remover o estigma das 10 mil residentes das lavandarias de Maria Madalena. Lamento que isso nunca tenha sido feito”.

Sem evocar precisamente o mecanismo de compensação, Kerry disse que as centenas de ex-residentes das “lavandarias” ainda vivas devem receber “o melhor apoio possível”.

Diane Croghan explica que trabalhou “dos 13 aos 16 anos” numa lavandaria, “até ficar com os dedos queimados, sem nunca ser paga”.

Marina Gumbold diz que esperou “toda a vida por Justiça”, acrescentando que agora tem 77 anos e quer “ver Justiça pelo que foi feito nas lavandarias de Maria Madalena”.

Entre 1922 e 1996, numa “Irlanda severa e intransigente” – nas palavras de Kerry -, mais de 10 mil mulheres cujo comportamento era considerado imoral foram internadas e trabalharam gratuitamente nas lavandarias, exploradas comercialmente por quatro ordens religiosas.

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