CPI do Tráfico de Pessoas: depoimentos revelam rede articulada de adoção ilegal na Bahia
O presidente da CPI do Tráfico de Pessoas, deputado Arnaldo Jordy, do PPS do Pará, afirmou que os depoimentos colhidos em Monte Santo, na Bahia, foram extremamente esclarecedores para a investigação sobre as denúncias de que existe uma rede tráfico de crianças na cidade.
Os representantes da CPI ouviram mães biológicas que doaram seus bebês; suspeitos de integrar a rede de adoções ilegais; funcionários de cartórios e do fórum da cidade. O caso das adoções ilegais em Monte Santo veio à tona com a denúncia de que cinco crianças de uma mesma família haviam sido adotadas irregularmente por famílias de São Paulo. Mas a CPI ouviu outras mães que também tiveram seus filhos adotados no mesmo esquema. O deputado afirmou que ficou claro que há uma articulação que visa o tráfico de crianças.
"Nós não sabemos exatamente a extensão disso, mas a convicção da CPI é de que há uma rede articulada operando nesse mercado, vamos dizer assim, da adoção ilegal de crianças"
Para Arnaldo Jordy, não é possível ainda afirmar que até integrantes do Poder Judicário façam parte do esquema de adoções ilegais, mas ele disse que há suspeitas.
"A velocidade, a rapidez com que esses processos de adoção ou de guarda provisória, que passam evidentemente pelos cartórios e pelo fórum, nos dá a hipótese de que possa haver a conivência de setores da esfera Judiciária nesse esquema"
Jordy informou que a CPI vai cruzar informações com as investigações que estão sendo realizadas paralelamente pelo Conselho Nacional de Justiça, Ministério Público e Polícia Federal. Ele afirmou que as conclusões da comissão podem sugerir o prosseguimento das investigações ou até o indiciamento de envolvidos.
De Brasília, Vania Alves
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