terça-feira, 9 de julho de 2013

Branca de Neve ressurge no universo das touradas

A produção espanhola que ganhou o prêmio Goya de melhor filme é uma adaptação sombria e primorosa

ALEX XAVIER

A bela Macarena García vive Carmen, órfã de mãe, em uma versão mais sombria
do que as já conhecidas adaptações de Branca de Neve para o cinema
(Foto: Divulgação)

Ganhador de 10 estatuetas no último Goya (considerado o Oscar espanhol), essa obra do diretor Pablo Berger (Da cama para a fama) é uma estarrecedora versão da fábula da Branca de Neve. Primeiro, por se tratar de um filme mudo e preto-e-branco, que utiliza apenas recursos dos primórdios do cinema. Depois, pelo clima muito mais sombrio do que nas adaptações hollywoodianas da obra dos irmãos Grimm. A história se passa na Sevilha dos anos 1920, dentro do universo das touradas.

Órfã de mãe, a menina Carmen (a bela Macarena García) cresce distante do pai (Daniel Giménez Cacho, de Má educação), um famoso toureiro que ficou paralítico ao ser ferido na arena. A madrasta Encarna (Maribel Verdú, de O labirinto do Fauno) faz da vida da moça um inferno, até ficar viúva e decidir livrar-se de vez dela. Os anões aparecem como uma trupe de artistas que se apresentam como minitoureiros. Aos belos trabalhos de câmera e de edição soma-se a comunhão do elenco. E o final é de apertar o coração.

Branca de Neve **** (Blancanieves, Espanha/França/Bélgica, 2012). Gênero: drama. Duração: 104 min.