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quinta-feira, 4 de julho de 2013

Parlamento afegão suspende debate sobre lei dos direitos das mulheres - Internacional - Notícia - VEJA.com

Opositores, a maioria do sexo masculino, alegaram que a norma vai de encontro à sharia, o código de lei do islamismo

18/05/2013
Afegã anda nas ruas de Cabul. As mulheres lutam pela conquista de direitos no país
Afegã anda nas ruas de Cabul. As mulheres lutam 
pela conquista de direitos no país 
(REUTERS/Omar Sobhani)
O Parlamento do Afeganistão suspendeu por tempo indeterminado o debate sobre a lei de direitos das mulheres neste sábado, após divergências entre membros conservadores e seculares. Os opositores à norma que proíbe a violência contra a mulher e o casamento de crianças alegaram que o texto vai de encontro à sharia, o código de lei do islamismo. A decisão representa um golpe no progresso da conquista de direitos femininos no país, marcado pelo conservadorismo islâmico desde que o regime do Talibã foi derrubado há 12 anos.
A lei está em vigor desde a aprovação por decreto pelo presidente Hamid Karzai em 2009 e permanecerá valendo até a realização de novas discussões. O endosso do Parlamento, no entanto, é essencial. Segundo Fawzia Koofi, chefe da Comissão de Mulheres do Parlamento, com a aproximação das eleições presidências de 2014, não há nenhuma garantia que o próximo mandatário se preocupará com a questão dos direitos das mulheres. “O ano de 2014 está chegando, a mudança está chegando e o futuro das mulheres neste país é incerto. Um novo presidente virá e, se ele não levar o direito das mulheres a sério, ele poderá mudar o decreto”, disse Fawzia à agência Reuters. Pela Constituição, Karzai não poderá concorrer novamente ao cargo.
Entre as principais objeções dos membros religiosos à legislação, estão a existência de proteção às vítimas de violência doméstica, a redução do número de esposas permitido para duas e a instituição de 16 anos como idade legal para o casamento – os homens só podem casar com 18 anos. Alguns parlamentares também pediram que fosse retirada do texto a parte em que um homem pode ser processado em caso de estupro dentro do casamento. Abdul Sattar Khawasi, da província de Kapisa, chegou a dizer que a proteção às mulheres é uma “corrupção moral”.

Insegurança – Apesar da lei, que já levou à prisão de centenas de pessoas desde seu decreto, a insegurança ainda está presente nas ruas afegãs. Muitas mulheres estão desistindo de procurar trabalho fora de casa e ativistas acusam o governo de fazer muito pouco para protegê-las – alegações rejeitadas pela administração de Karzai.
O presidente, criador da norma, é também muito criticado por grupos de mulheres por mudar frequentemente sua posição sobre os direitos. Segundo a rede britânica BBC, ele aprovou em 2012 um código de conduta emitido por um conselho de clérigos que permite que maridos espanquem suas mulheres em determinadas circunstâncias.
O anúncio da retirada das tropas da Otan até o final de 2014 também aumentaram o medo de que o direito das mulheres à educação e ao trabalho, conquistado desde que o Talibã foi derrubado, seja tolhido.


(Com agência Reuters)

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