por Graziela Salomão, do Rio de Janeiro
Oitava edição do evento é uma parceria da L´Oréal, da UNESCO e da ABC. Premiação aconteceu nesta quarta-feira (23) no Rio de Janeiro
Fazer ciência no Brasil já é difícil. Ser uma mulher cientista, em um universo majoritariamente masculino, é mais ainda. Para incentivar o trabalho de jovens pesquisadoras brasileiras, a marca de cosméticos francesa L´Oréal,em parceria com a UNESCO e a Academia Brasileira de Ciências (ABC), realizam desde 2006 a versão do prêmio “For Women in Science” ("Para Mulheres na Ciência", em português) no país.
“Nosso slogan é ‘o mundo precisa de ciência e a ciência precisa das mulheres”, afirma Didier Tisserand, presidente da L´Oréal Brasil. “Hoje, apenas 15% dos cientistas são mulheres. Esse número não é lógico. Queremos reconhecer o trabalhos delas e encorajar outras também”.
A entrega da oitava edição do prêmio aconteceu na última quarta-feira (23), no Rio de Janeiro. Ao todo, foram escolhidas sete cientistas de todo o Brasil, dos mais de 400 projetos inscritos. De acordo com os jurados, a escolha das finalistas foi ainda mais difícil este ano pela alta qualidade dos projetos.
Para a professora Marcia Barbosa, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, que foi uma das vencedoras do “For Women in Science” internacional, o prêmio brasileiro para as jovens cientistas é um grande incentivador. “Na minha vida, o prêmio que conquistei esse ano foi transformador porque deu inúmeras oportunidades para contar às pessoas que eu não tinha acesso como é possível ser mulher e ser cientista. Para essas meninas, além do dinheiro, o prêmio dará uma visibilidade que vai ajudar muito no trabalho que elas vêm desenvolvendo”, diz. Cada vencedora recebeu uma bolsa no valor de 20 mil dólares para dar andamento ou continuidade as suas pesquisas.
A PROFESSORA MARCIA BARBOSA FOI A LAUREADA DO PRÊMIO INTERNACIONAL "FOR WOMEN IN SCIENCE" DESTE ANO (FOTO: DIVULGAÇÃO) |
NOVAS CIENTISTAS
Marie Claire foi uma das apoiadoras do evento. Conversamos com as sete finalistas enquanto se preparavam para a premiação. Novas, na faixa dos 30 anos, algumas delas com filhos recém-nascidos, as “fellows”, como são chamadas as vencedoras, dividiam a mesma emoção ao falar do reconhecimento de seus trabalhos.
Marie Claire foi uma das apoiadoras do evento. Conversamos com as sete finalistas enquanto se preparavam para a premiação. Novas, na faixa dos 30 anos, algumas delas com filhos recém-nascidos, as “fellows”, como são chamadas as vencedoras, dividiam a mesma emoção ao falar do reconhecimento de seus trabalhos.
“O prêmio aumentou a notoriedade e a responsabilidade, principalmente na minha instituição, não apenas por eu ser mulher, mas também por ser jovem”, afirma a professora Joyce Kelly do Rosário da Silva, da Universidade do Pará. “E isso mostra que o esforço valeu a pena. Além disso, o prêmio traz um olhar para as pesquisadoras do Norte. Sou a primeira da região a recebê-lo”, diz a cientista de 31 anos.
Para a professora Clarissa Martinelli Comim, de 29 anos, da Universidade do Sul de Santa Catarina, a premiação mostra que anos de estudos e dedicação estão no caminho certo. “Além de mostrar a força da mulher na pesquisa no Brasil, que ainda é dominada por homens. Ainda temos um pouco de resistência nesta área”, afirma.
“É um reconhecimento para o bom trabalho e para a boa ciência”, explica a professora Fernanda Regina Casagrande G. Vitorino, de 30 anos, da Universidade Federal do Mato Grosso. “O prêmio mostra que no interior do país também se faz ciência”.
O PALACETE MODESTO LEAL, EM LARANJEIRAS, NO RIO DE JANEIRO, FOI O CENÁRIO PARA A ENTREGA DOS PRÊMIOS (FOTO: DIVULGAÇÃO) |
Confira, abaixo, todas as finalistas da edição de 2013 e seus projetos vencedores. Os detalhes dos trabalhos estão no link do vídeo que você pode assistir clicando no nome de cada cientista.
Avaliação do grau de funcionalidade em pacientes com Transtorno Bipolar com e sem abuso de álcool
A sepse como fator de risco para desenvolvimento de transtornos psiquiátricos
Interleucina-10 como um potencial modulador da função vascular e da pressão arterial em hipertensos
Desenvolvimento de nanossistemas mucoadesivos para o tratamento de infecções oculares e avaliação da iontoforese na potencialização terapêutica
Formação de poros em antimonetos irradiados por feixes de íons e a utilização desses materiais na detecção de gases
Inferência estatística para grafos aleatórios e redes probabilísticas
Avaliação das atividades antioxidante, citotóxica e inibitória da tirosinase de óleos essenciais da Amazônia oriental com potencial aplicação dermocosmética
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