Já perdi a conta das vezes em que ouvi uma mulher dizer: “Vou trabalhar por conta própria”. Qualquer uma de nós pode usar esta expressão, mas, na maioria das vezes, e em grande parte, ela sai da boca de mães e donas de casa de classe média a baixa, cansadas da falta de oportunidades na vida e que sentem a necessidade de ajudar no sustento da casa. Outro grupo em menor número, que têm o mesmo pensamento, é de mulheres que escolheram não mais depender de patrão, e têm condições financeiras para se preparar e para investir. O interessante é que o primeiro grupo, o das mulheres com menor poder aquisitivo e sem preparo, é que atinge mais rápido um bom resultado, pois quando elas chegam a pensar em pagar as contas com seu próprio dinheiro, já estão empreendendo sem sequer saber o que é isso. Se olharmos para trás em nossa história, descobriremos em nossas mães esse tipo de mulher. Tenho descoberto muito sobre elas e fico fascinada, a cada dia, com esse universo. É delas que eu quero falar.
A partir do momento em que identificam a necessidade, elas começam a por em prática o exercício do raciocínio, analisando suas habilidades e em como poderão usá-las para fazer dinheiro. Na informalidade elas começam, na cozinha de casa, usando a velha máquina de costura e até mesmo cuidando dos filhos da vizinha que trabalha fora. Seria ousadia dizer que nas veias dessas mulheres corre sangue empreendedor? Pois são elas que atingem logo seus objetivos. É certo que elas de alguma maneira, e em pouco tempo, realizam seus intentos, simplesmente por que têm urgência.
Uma situação, porém, pode abalar os planos de muitas delas: a falta de capital para começar. Se para quem tem dinheiro é difícil, imagine para quem não tem nenhum! No entanto, para quem tem ideia formada, o difícil mesmo vai ser desistir. Enquanto as do grupo menor ainda vão se capacitar (e isso é ótimo para elas que podem) é a própria escassez de recursos que vai motivar as do grupo maior a começar. Num português bem claro, elas botam a mão na massa, com nenhum ou pouquíssimo dinheiro, iniciam sua empreitada e ainda acrescentam: “Seja o que Deus quiser”.
Preparadas ou não, algumas destas mulheres, dos dois grupos, não conseguirão resultados positivos, pois são uma mistura de “donas de casa desesperadas” com “mulheres à beira de um ataque de nervos”. Estas deixam a ansiedade ocupar o lugar da confiança e não conseguem ir a lugar algum, não enxergam as oportunidades que estão à frente porque visualizaram só os pontos negativos. Enquanto isso, as otimistas viram que podiam começar do zero, e com visão de águia, focaram no alvo e o alcançaram, colocando ali o coração (coisa de mulher mesmo) e se vai ter futuro ou não esse tal empreendimento, já é assunto para outro artigo. O que importa é que depois disso, as mulheres deste grupo jamais serão as mesmas de antes.
Pode ser que elas mesmas nunca percebam isso, mas a verdade é que elas têm um só pensamento: “Eu preciso, portanto, sendo fácil ou difícil, conseguirei”. Grande lição para aprender com estas mulheres tão simples e determinadas. Elas realmente sabem das coisas e nenhuma dificuldade será capaz de superar essa vontade de vencer que elas têm.
Mell Santos é mãe, dona de casa empreendedora e proprietária da loja “Breshopping da Mell”. Criadora do blog Saída de Emergência onde faz um trabalho direcionado às mães, que precisam trabalhar e não podem sair de casa, e aos desempregados. No blog desempenha a atividade de Consultora pela sua experiência na área de alimentos gelados, artesanato, culinária em geral e pequenos negócios. Orientadora em questões de Economia Doméstica e Administração do Tempo. Conselheira pessoal nata, tem sempre uma palavra de motivação para os seus seguidores.
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