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sexta-feira, 25 de outubro de 2013

Cacicas baianas e SPM tratam de demandas das indígenas em roda de conversa


23/10 - Cacicas baianas e SPM tratam de demandas das indígenas em roda de conversa
Em reunião com cacicas baianas, SPM colhe reivindicações das líderes indígenas. Foto: Divulgação/SPM
O diálogo sobre políticas públicas aconteceu durante etapa preparatória para a Conferência Nacional de Saúde Indígena, em Salvador
 
Cacicas e outras lideranças indígenas dos povos Pankararé, Kiriri, Tumbalalá, Pataxó, Pataxó Hã Hã Hãe, entre outras etnias, participaram de roda de conversa com a Secretaria de Políticas para as Mulheres da Presidência da República (SPM-PR) em Salvador. A conversa aconteceu no dia 14/10, durante a etapa distrital baiana que antecedeu a Conferência Nacional de Saúde Indígena.  O encontro entre o órgão do governo federal e as mulheres resultou na identificação de demandas comuns às etnias presentes.
 
Em conversa com a coordenadora-geral de Diversidade da SPM, Lurdinha Rodrigues, as mulheres apontaram a necessidade de apoio para a articulação de oficinas de elaboração de projetos nas aldeias, para fortalecer suas lutas e organização. Houve indicação de que é necessário ampliar o acesso a programas de saúde da mulher, planejamento familiar e prevenção ao câncer de mama.  E que sejam flexibilizadas regras sobre processos seletivos, como a aceitação de projetos manuscritos ou em áudio, a exemplo do Prêmio Cultura Indígena, do Ministério da Cultura (MinC).
 
O diálogo sobre políticas públicas para as mulheres, na perspectiva das mulheres indígenas, também possibilitou a troca de experiências entre as mulheres indígenas e a SPM.
 
A cacica Maria das Dores, que também é presidenta do Conselho de Caciques da região de Porto Seguro e integra o Conselho de Saúde Indígena local, reconheceu, por exemplo, que “ser mãe e ser cacica é um desafio muito grande. Ficamos na mira dos proprietários, mas nos sentimos homenageadas em ter uma mulher governando o Brasil e nós governando nossas aldeias. Nossas mulheres estão procurando formas de participar, desenvolvendo seus trabalhos. É um desafio que a mulher indígena hoje atravessou”. 
 
Aldeias – Outro relato, feito por Rosineide (Nininha), cacica dos Pankararés, que também é conselheira local de saúde indígena, indica confiança nos resultados da etapa nacional: “Nesta conferência vamos aprovar as propostas para melhorar a saúde nas nossas aldeias”. Esse também é o desejo de Maria Vicentina Silva Pankararé, a cacica Senhora, presidenta da Associação Comunitária de Aldeia Serrota.
 
Ancestralidade – A cacica lsa, da aldeia Caramuru Catarina Paraguassu, expressou o orgulho por sua formação com os “velhos” em medicina natural, contou de sua emoção quando convidada pelos anciões para a atividade da cacicada, enfrentando o preconceito e o machismo dentro da aldeia.
 
A roda de conversas contou ainda com a participação de Maria José, Pataxó Hã,Hã,Hãe, de Pau Brasil; Maria Kiriri, cacica há 24 anos, coordenadora do Movimento Unido dos Povos e Organizações Indígenas da Bahia (MUPOIBA) e conselheira de saúde municipal;  e Almerinda, Cacica Socorro, presidenta do conselho de saúde indígena local.  Também contribuíram para o diálogo, as lideranças indígenas como Zidare Kinani Pankararú, Marina Márcia, Carliusa Kiriri do Muken, Socorrinha Tumbalalá e Luzia Pataxó, de Coroa Vermelha.

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