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sábado, 26 de outubro de 2013

Três em cada quatro jovens relatam casos de agressão no namoro

Pesquisa realizada em SP aponta que a agressão parte dos dois lados.
Violência física vem sempre depois de várias agressões psicológicas.


Ana Brito

São Paulo

Estudo da Universidade de São Paulo (USP) revela que 75% dos jovens já sofreram algum tipo de violência durante o relacionamento. A violência física entre os casais vem sempre depois de várias agressões psicológicas, que já começam no namoro.
A pesquisa ouviu 362 jovens, todos com mais de 18 anos, universitários e namorando. As mulheres sofrem mais do que os homens, que são mais violentos. As mulheres também são as que sofrem mais violência psicológica e sexual.

“Esses tipos de atos, um empurrão, um beliscão ou um ato de ciúme exagerado, são vistos como sinal de amor. Então, o próprio jovem não reconhece isso como violência”, explica a psicóloga e coordenadora da pesquisa, Tânia Aldrighi Flake.

O que também chamou a atenção dos pesquisadores foi o alto índice de violência psicológica:
67%. Segundo eles, a violência psicológica antecede a violência física. Os insultos e xingamentos vão se tornando cada vez mais graves, até que não funcionam mais e a agressão passa a ser corporal.
Segundo Tânia, a maioria das cenas de violência acontece em um lugar público e essa violência que começa no namoro aumenta no casamento. “Na conjugalidade, essa violência acontece no espaço da intimidade: no espaço da casa, do casal. Agora, esses jovens estão agredindo na frente dos amigos ou na escola. Então, as pessoas estão vendo”, alerta.
Uma estudante de 15 anos, que ainda está se recuperando do trauma fala sobre as agressões que sofreu do namorado: “Ele chegou a raspar faca no meu pescoço, me jogava no chão e me dava bicuda. Entortou meu braço, me deixou com rosto roxo e quebrou meu dente”.
A adolescente era espancada todos os dias e denunciou as agressões. O namorado foi preso. “Meu tio me aconselhou a pedir a coordenadoria da mulher e aí me ajudaram a superar isso. Se for ter outro namorado, eu vou procurar saber mais sobre ele. Eu nunca mais quero passar o que eu passei”, afirma.

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