O encontro aconteceu em Brasília, entre os dias 15 e 18 de outubro, e reuniu 250 convidados: gestores, profissionais, pesquisadores e lideranças juvenis. Além do Brasil, mais 13 países como Argentina, Colômbia, Cuba, Etiópia, Guiana, Moçambique, Nigéria e Tailândia participaram das atividades
Programas, ações e políticas públicas de promoção do direito à saúde sexual e reprodutiva de adolescentes e jovens. Estes foram alguns dos pontos discutidos em sessão coordenada pela Secretaria de Políticas para as Mulheres da Presidência da República no seminário internacional “Saúde, Adolescência e Juventude: promovendo a equidade e construindo habilidades para a vida”, na última quinta-feira (17/10). O evento foi realizado pelo governo federal em parceria com o Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA).
Entre as iniciativas está o projeto “Dar voz aos jovens”, apresentado pela demógrafa e intelectual brasileira, Elza Berquó. Coordenado pelo Centro Brasileiro de Análise e Planejamento (Cebrap), o projeto promove o debate sobre educação e sexualidade por meio de concurso de narrativas e oficina de roteiro e vídeo. O público envolvido nessa ação é formado por jovens de 14 a 19 anos de escola pública.
De acordo com Berquó, o objetivo é ouvir jovens como sujeitos de direitos sexuais e reprodutivos para construção de uma linguagem que corresponda às suas vivências sociais e culturais e, assim, contribuir para o exercício destes direitos. A primeira edição do programa foi realizada em 2012, direcionada a alunos do ensino médio de escolas públicas da grande São Paulo. Os adolescentes foram estimulados a elaborar narrativas que evidenciassem, de forma livre e sem censura, memórias e experiências relacionadas ao amor, sexo, namoro, desejo e emoções. Um comitê formado por especialistas das áreas de educação e saúde reprodutiva e sexualidade escolheu vinte relatos.
Os selecionados participaram de oficinas de roteiro e vídeo. O resultado foi a produção de cinco curtas-metragens: “Amor sem regras”, que aborda a homoafetividade como tema central; “O amor está ao lado”, sobre a primeira relação sexual; “E agora?”, que problematiza a gravidez na adolescência; “Violência e poder”, que trata da violência sexual; e o documentário “Essa é minha vida”, que discutiu o amor e o sexo. “Nós procuramos dar voz aos jovens. Os vídeos funcionam como ferramentas mobilizadoras nos processos educacionais em sexualidade”, afirmou Elza.
A coordenadora-geral de Saúde da SPM, Rurany Silva, coordenou a sessão de debates. Em sua síntese final, assinalou a importância de ações intersetoriais, principalmente em saúde, educação e assistência social, para o trabalho de empoderamento dos jovens. “O ‘Dar a voz aos jovens’ é exemplo de lições que a gente aprende. É nessa perspectiva que temos que trabalhar”, opinou.
Colômbia – Em sua participação no debate, Roberto Moura, do Ministério da Saúde colombiano, acrescentou exemplos de políticas e ações direcionadas à garantia dos direitos sexuais e reprodutivos da população adolescente e jovem do país vizinho. Roberto apresentou o “Modelo de Serviços de Saúde Amigáveis para Adolescentes e Jovens”, que pretende adequar os serviços de saúde às necessidades de adolescentes e jovens colombianos. “Com esta iniciativa, estamos efetuando mudanças de infraestrutura e de processo de atendimento diferenciado para os adolescentes e jovens”, explicou.
Dentre as ações em implementação, o colombiano destacou os “centros de saúde amigáveis”, que funcionam como espaços físicos independentes, voltados para o atendimento exclusivo de adolescentes e jovens. Além do atendimento em saúde, os centros estão preparados para esclarecer dúvidas e expectativas do público-alvo.
Participantes – O professor da Escola Nacional de Ciências Estatísticas (ENCE) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), José Eustáquio Diniz e a economista Rosana Mendonça, da Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência da República (SAE-PR) também integraram a sessão de debates.
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