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quinta-feira, 13 de fevereiro de 2014

Israelense resgata jovem de bordel e a ajuda a se formar na faculdade

por Redação Marie Claire

Sofiya Nigatu trabalhava como prostituta na pequena cidade de Addis Ababa quando o encontro com um estranho mudou sua vida completamente

SOFIYA NIGATU E ISHAY HADAS (Foto: Divulgação)
SOFIYA NIGATU E ISHAY HADAS (Foto: Divulgação) 
Órfã, pobre e tendo a prostituição como destino certo, a etíope Sofiya Nigatu não tinha muitas perspectivas de mudança de vida. Aos 19 anos, ela trabalhava há duas semanas como garçonete em um bar que funcionava também como bordel, na pequena cidade de Addis Ababa, quando um estrangeiro cruzou a porta para mudar seu destino para sempre.

O homem alto era Ishay Hadas, publicitário israelense de 53 anos que estava passando a noite em Addis Ababa e decidiu entrar no único estabelecimento das redondezas. O ano era 2004 e Hadas logo percebeu que aquele ambiente não combinava com Sofiya. “Ela parecia tão descolada daquele lugar”, disse Hadas para o site The Daily Beast. “As outras meninas pareciam que já tinham aceitado o fato de trabalharem ali. Mas Sofiya tinha uma aparência inocente”, explicou.

O publicitário decidiu então gravar uma entrevista com a jovem. Ligou sua câmera e perguntou o que ela gostaria de fazer se tivesse dinheiro suficiente. A resposta surpreendeu Hadas. Sofiya não queria roupas, comidas diferentes ou uma casa para morar. O sonho dela era ser enfermeira. “Depois daquela resposta, o que eu mais queria era ajudá-la”. E foi o que Ishay Hadas fez.

A proposta para Sofiya era a de custear seus estudos e despesas de alimentação, materiais e transporte até ela se formar no segundo grau e na faculdade com a condição de deixar o bordel e a prostituição imediatamente. Ela não tinha muitas razões para confiar num estranho. A proposta lhe parecia boa demais para ser verdade. Mesmo assim, a etíope aceitou. Hadas a fez assinar um contrato em que ela confirmava ter aceitado as condições propostas, prometia fazer um teste HIV (que deu negativo) e que ficaria longe da prostituição. Na manhã seguinte, ele a levou para uma cidade maior, a 200 quilômetros de distância, e a deixou lá com $300 (cerca de R$720), uma pequena fortuna para os padrões etíopes, e a promessa de que se ela cumprisse sua parte do acordo, ele lhe mandaria dinheiro todo mês. “Fui embora sem saber o que aconteceria. Não tinha certeza de que me ligaria ou o quê faria com aquele dinheiro”, explicou Hadas. Pouco tempo depois, o primeiro extrato da conta bancária de Sofiya chegou via e-mail e Hadas passou a enviar mensalmente para a jovem a quantia de $100 (aproximadamente R$240).

Nove anos se passaram. Hadas continuou a depositar o dinheiro na conta de Sofiya. Ele também comprou um laptop para que ela pudesse estudar e melhorar a comunicação entre eles. O inglês da jovem era básico e o acesso a Internet raro, mas sempre que podia ela lhe mandava mensagens curtas, contando sobre sua vida. Mesmo assim, não havia como saber se ela estava falando a verdade. Após quase uma década, Hadas finalmente recebeu um e-mail de Sofiya em que ela dizia que havia se formado como enfermeira: “Eu não acreditava! Depois de tantos anos, ela tinha conseguido. Ela achou uma maneira de fazer aquele curso mudar sua vida e realizar seus sonhos”, contou.

O publicitário comprou uma passagem e fez questão de estar presente na formatura de Sofiya. Depois da cerimônia, Sofiya tinha outra grande surpresa ao seu mentor: ela lhe apresentou seu filho, de 3 anos. Confessou que engravidou do namorado, mas se recusou a casar com ele por achar que aquele seria um bom motivo para Hadas romper o contrato. “Eu fiquei muito feliz de ouvir que ela tinha se tornado mãe. E mais ainda que ela tinha finalmente achado alguém que a amava e cuidava dela” disse Hadas. Ele agora ajuda Sofiya a encontrar um emprego: “ela me devolveu a fé no espírito humano. Pensei que tudo acabaria quando ela se formasse, mas agora Sofiya faz parte da minha vida e não vou parar nunca de me preocupar com ela”, afirmou orgulhoso.

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