A morte da empresária Adenilda Amaro da Silva, de 37 anos, — assassinada no último dia 19 pelo ex-marido, mesmo após ela ter obtido na Justiça uma medida protetiva para impedir a aproximação do acusado — chamou a atenção para um problema recorrente no Rio: a dificuldade de se garantir o cumprimento de medidas de proteção estabelecidas pela Lei Maria da Penha. Para tentar reverter esse quadro, a Polícia Militar pretende implantar o projeto Patrulha Maria da Penha.
PROJETO PILOTO NA ZONA OESTE
O projeto prevê a criação de patrulhas com três policiais, entre eles uma mulher, devidamente treinados para fiscalizar o cumprimento dessas medidas determinadas pela Justiça.
O projeto piloto será realizado em Campo Grande, onde, mensalmente, dão entrada no fórum cerca de mil ações, que geram, em média, 600 medidas protetivas. De acordo com a coordenadora do projeto, a major Simone de Almeida Silva, a ideia é manter, inicialmente, cinco veículos que, através de um mapeamento que será feito com o apoio do Tribunal de Justiça do Rio, vão fiscalizar o cumprimento das medidas. O iniciativa está em fase de captação de recursos:
— O projeto tem caráter preventivo porque dá maior garantia à vítima, inibindo a ação do agressor. Além disso, as mulheres contarão com um número de celular para acionar diretamente as equipes responsáveis pela fiscalização — explicou a major Simone.
Dados do Dossiê Mulher 2014, lançado semana passada, pelo Instituto de Segurança Pública, revelam que, no ano passado houve um aumento de 20,67% nos casos de assassinato, em relação a 2012. Em 2013, foram mortas 356 mulheres no estado — 52 delas atacadas por ex-maridos.
Na comparação de 2013 com 2012, os estupros caíram 2,44%. Mesmo assim, as estatísticas do crime são altas: 4.871 casos, o que dá uma média de 13 por dia, ou um a cada duas horas.
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