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terça-feira, 23 de setembro de 2014

Coisa de Mulher: mulheres históricas nas ilustrações de Raquel Vitorelo

Por Jarid Arraes
setembro 22, 2014
“Harriet Tubman (1822 – 1913), abolicionista que libertou
centenas de escravos durante a Guerra de Secessão nos EUA,
e como se não bastasse, depois participou também do
movimento sufragista em Nova York”
Na cultura ocidental, ainda é comum a ideia de que há coisas de mulher e coisas de homem – uma divisão entre gêneros que começa desde o nascimento do bebê. Assim, crianças do sexo feminino crescem em um mundo cor-de-rosa, ganham brinquedos voltados para os afazeres domésticos e aprendem que, como princesas, o universo da beleza lhes é algo característico. Essa divisão binária entre indivíduos não acontece sem hierarquização; por isso, aquilo que é considerado feminino é frequentemente visto como superficial, sem inteligência e fácil. Foi pensando em combater esses paradigmas que a ilustradora e designer Raquel Vitorelo criou uma série que publica em sua página profissional do Facebook: a “Coisa de Mulher”.

“Hedy Lamarr (1914 – 2000) foi uma atriz e inventora nascida
na Áustria e radicada nos Estados Unidos. Sua carreira de atriz
foi um tanto polêmica devido a cenas de nudez que interpretou.
Como inventora, desenvolveu junto de seu amigo George Antheil,
pianista e compositor, um sistema de comunicação que varia
as frequências de rádio de modo a esconder mensagens de guerra”
Na série, Vitorelo apresenta as mulheres que fizeram história em diversas áreas do conhecimento e da política, removendo uma capa de invisibilidade e quebrando preconceitos. “A ideia da série surgiu com a vontade de mostrar que nós podemos não só fazer qualquer coisa, como já fizemos e nos destacamos. O problema é que a própria mentalidade machista sabota a valorização dessas pessoas, então existe uma tendência da história apagar esses feitos. Por isso, outra motivação seria recuperar esses exemplos e fazer com que eles sejam visíveis. E nada mais apropriado que chamar a série de ‘Coisa de Mulher’, para ironizar esse termo que adquiriu uma carga pejorativa e mostrar que não tem nada de ruim em se fazer coisa de mulher, que é o que ela bem entender”, explica.

A ilustradora, que é feminista, conta que a recepção do público tem sido ótima – suas ilustrações são vistas como uma excelente iniciativa e compartilhadas em diversas páginas nas redes sociais. “Aliás, tanto mulheres como homens vêm dizer que gostam do ‘Coisa de Mulher’ e sugerem mulheres que admiram. Acho que nessa história toda quem vai sair ganhando mais sou eu, porque com essas sugestões agora conheço muito mais mulheres incríveis”.

“Desejo principalmente incentivar as mulheres a fazer o que elas tiverem vontade. Quero que elas tenham esse repertório em mente, para que não se deixem desanimar por gente que acha que elas não seriam capazes”, afirma Vitorelo a explicar suas motivações. “Além disso, seria ótimo informar todo mundo, homens e mulheres, sobre essas personagens históricas. A história que a maior parte das pessoas conhece apaga as minorias, como se elas não tivessem importância ou sequer tivessem estado lá. Isso contribui para que essas minorias sejam apagadas no presente também”, pontua.

“Marie Curie (1867 – 1934) cientista francopolonesa, recebeu
o Prêmio Nobel duas vezes: primeiro um de Física, junto de
Pierre Curie e Antoine Becquerel, por descobertas no campo da
radioatividade, e depois de Química, com as descobertas
do Rádio e do Polônio”
A série “Coisa de Mulher”, que conta com outras protagonistas como Maria Quitéria, Anita Garibaldi e Mercedes Baptista, ainda vai ganhar muitas outras personalidades, mas o trabalho de Raquel Vitorelo na temática de gênero vai além disso. Ela já está desenvolvendo uma história em quadrinhos que será publicada online: “É uma história sobre duas mulheres que, cada uma com sua própria motivação, começam juntas uma startup religiosa para ganhar dinheiro e as coisas não saem como esperado. A história vai abordar algumas questões de gênero, sexualidade e identidade”. Quem se interessar pelo trabalho de Vitorelo, pode demonstrar seu apoio e acompanhar outras novidades por meio da página no Facebook, onde certamente encontrará outras ideias inovadoras e feministas.

Assim, fica a certeza de que ainda temos muito a descobrir sobre a contribuição científica, artística, profissional e política das mulheres no mundo. Com um pouco de interesse e vontade de encontrar histórias transformadoras, novos caminhos certamente se abrirão para todas as meninas e mulheres que desejem ir além dos estereótipos impostos.

“Maria da Penha nasceu em 1945 em Fortaleza. Diante da impunidade do seu marido, que
lhe deu um tiro nas costas, publicou um livro em 1994 chamado “Sobrevivi… Posso contar”.
Assim, o Brasil foi denunciado e condenado internacionalmente, e por fim obrigado a tomar algumas medidas em favor da proteção e apoio à mulher. Surgiu em 2006 a Lei Maria da Penha,
que dispõe de diversos mecanismos para punir o agressor e proteger a vítima”

Revista Fórum

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