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terça-feira, 30 de setembro de 2014

Justiça diz que ex-funcionária de prisão “contribuiu” para o próprio estupro nos EUA

25/09/2014
 por Redação Marie Claire




O presídio de Rockview, na Pensilvânia; segundo ação, não havia barreiras entre blocos de detentos e escritórios de funcionários à época do crime (Foto: Reprodução / SCI Rockview)
O PRESÍDIO DE ROCKVIEW, NA PENSILVÂNIA; SEGUNDO AÇÃO, NÃO HAVIA BARREIRAS ENTRE BLOCOS DE DETENTOS E ESCRITÓRIOS DE FUNCIONÁRIOS À ÉPOCA DO CRIME (FOTO: REPRODUÇÃO / SCI ROCKVIEW)

Procurador-geral escreveu que a ex-funcionária “agiu de maneira que contribuiu, no todo ou em parte, para o evento”, em resposta à ação movida pela mulher de 24 anos, estuprada por um detento

A Procuradoria Geral da Pensilvânia, nos Estados Unidos, está culpando uma ex-funcionária de um presídio pelo próprio estupro, em resposta a uma ação federal movida por ela.

Vítima foi desacordada e estuprada durante 27 minutos por detento, diz investigação (Foto: Think Stock)
VÍTIMA FOI DESACORDADA E ESTUPRADA DURANTE
 27 MINUTOS POR DETENTO, DIZ INVESTIGAÇÃO
 (FOTO: THINK STOCK)
De acordo com a CNN, a mulher, uma digitadora de 24 anos, trabalhava na prisão estadual de Rockview, em Bellefonte, quando foi atacada em 2013. Ela foi deixada inconsciente e estuprada por 27 minutos pelo preso Omar Best, condenado em três ações anteriores por crimes sexuais e transferido para a prisão depois de tentar atacar a funcionária de outro presídio.

“Apesar de ter conhecimento disso, os réus ainda permitiram o acesso de Omar Best sem ser monitorado à área reservada às funcionárias do sexo feminino”, diz a ação judicial, que também culpa o Estado pelo estupro.

O documento também diz que o superintendente da prisão havia mudado os escritórios para um andar seguro, sem contato com as celas dos detentos.  Antes, diz a ação, “não havia portas trancadas entre os escritórios e o bloco das celas, incluindo o bloco C onde a vítima trabalhava”.

Apesar de o detento ter sido condenado pelo estupro em maio e uma investigação na prisão ter levado à exoneração do superintendente, o procurador-geral escreveu na ação que a ex-funcionária “agiu de maneira que contribuiu, no todo ou em parte, para o evento”, na resposta à ação movida por ela.

“É o constrangimento da vítima na sua pior versão”, disse o advogado da ex-funcionária do presídio à CNN. “Pior que isso, é uma tentativa de constrangê-la”, disse Clifford Rieders.

Em nota à imprensa, a procuradoria-geral disse que “o documento é inicial e não deve necessariamente ser interpretado como a posição da instituição ao longo do caso”. O texto também diz que a promotora escolhida para o casao, Kathleen Kane, não estava ciente que o procurador-geral havia incluído este trecho na resposta à ação.

“A promotora Kane está desapontada por não ter tomado conhecimento do assunto antes da apresentação e ficou muito triste em saber que o documento, de forma implícita, afirma que a vítima contribuiu para o crime.”

Para a defesa da ex-funcionária, é “hipocrisia” culpar a vítima como forma de defender os responsáveis da prisão. “Isso mostra uma significativa falta de sensibilidade para entender o mal que esse caso tem feito à jovem, que está sendo novamente vítima agora”, disse a advogada Jennifer Storm.

Os advogados da vítima estão processando o Departamento Prisional do estado, seu antigo supervisor e o ex-superintendente. O detento está cumprindo pena de prisão perpétua.

Revista Marie Claire

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