23/09/2014

No encontro, as juízas Sônia Amaral e Sara Gama, coordenadoras dos Ceavs, destacaram as ações realizadas e a necessidade da criação de uma rede de atendimento às vítimas de violência no âmbito estadual, envolvendo todas as instituições que atuam na área. Sônia Amaral ressaltou que o Ceav foi criado para somar ao trabalho desenvolvido por essas instituições.
Coordenadora do Centro de Referência em Direitos Humanos de Joinville (SC), a assistente social Carla Roth mostrou como funciona o serviço, que integra uma rede de atendimento às vítimas de violência em Santa Catarina desde 2001. O órgão é gerido pelo Centro Cultural Escrava Anastácia, organização não governamental criada em 1998. "Com o atendimento em rede, todos saem ganhando: os profissionais porque trabalham em parceria e os usuários dos serviços, porque recebem um atendimento integral célere e com resolutividade", disse.
Trabalho em rede - De acordo com Carla, as pessoas que buscam o centro têm necessidades que somente um trabalho em rede pode atender. A assistente social enfatizou que o atendimento do Centro de Referência em Direitos Humanos de Joinville vai além de vítimas de crimes e seus familiares. O órgão garante assistência a toda e qualquer pessoa que tenha seus direitos violados por preconceito, intolerância, discriminação, desrespeito, abusos, maus-tratos, negligência, abandono, conflitos diversos, tortura, abuso sexual e violência doméstica, entre outros motivos.
Para isso, o centro conta com casas de acolhimento e de apoio, incubadora de empreendimentos solidários, programa jovem aprendiz, república para população de rua, grupo de terceira idade, programa de proteção à vitima e testemunhas ameaçadas, além de ações na comunidade. A juíza Sara Gama destacou que o evento permite a troca de experiências e o fortalecimento da integração entre os participantes do Ceav. "Por meio do workshop, conhecemos a experiência de outro estado para adaptarmos à nossa realidade e, ainda, estabelecermos uma relação menos formal entre os participantes da rede, possibilitando celeridade no atendimento", disse.
Elo - Para o diretor do Centro de Atenção Psicossocial Álcool e Drogas de São Luís (CAPS-AD), Marcelo Soares, que representou a Secretaria de Estado da Saúde, a iniciativa serve como elo de comunicação entre a Justiça e os órgãos de execução, facilitando o atendimento de vítimas de violência encaminhadas ao órgão pelo Judiciário, como pacientes que sofrem abuso sexual ou são usuários de substâncias psicoativas.
Integraram a mesa de abertura do workshop também o coordenador da Unidade de Monitoramento e Fiscalização do Sistema Carcerário do TJMA, Ariston Apoliano; a promotora de Justiça Márcia Maia; o secretário municipal de Segurança com Cidadania, Breno Galdino de Araújo; e a coordenadora do Curso de Direito da Universidade Federal do Maranhão (UFMA), Lucélia Gomes.
Articulação - O Ceav foi implantado há cinco meses pelo TJMA, com a proposta de trabalho em rede, como articulador no trabalho de atendimento a vítimas de violência, viabilizando atendimento psicossocial, assistência social e acompanhamento processual. Vai atuar com equipe multiprofissional que receberá vítimas e seus familiares.
Conforme o caso, identificará as situações de urgência, definirá a assistência necessária (se jurídica, social ou psicológica) e orientará sobre os procedimentos imediatos e medidas legais cabíveis, fazendo também o acompanhamento dos processos judiciais. O centro funciona no Fórum de São Luís, de segunda a sexta-feira.
Fonte: TJMA
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