janeiro 19, 2015
Em estudo realizado em duas universidades da Dakota do Norte, um terço dos alunos, entre 86 entrevistados, afirma que estupraria uma mulher “caso ninguém nunca soubesse e se não houvesse nenhuma consequência” por seus atos
Por Redação
Respondendo a uma série de questões de como se comportariam sexualmente em situações “livres de consequências”, incluindo forçar uma mulher a fazer algo sexual contra sua vontade, um terço (31,7%) de 86 universitários norte-americanos (todos heterossexuais e, em sua maioria, brancos) afirmaram que estuprariam, “caso ninguém nunca soubesse e se não houvesse nenhuma consequência” por seus atos. A maioria deles, no entanto, não reconhecia essa ação como estupro.
Na pesquisa conduzida por duas universidades no estado de Dakota do Norte, liderada pela professora Sarah Edwards e publicada no jornal científico Violence and Gender (Violência e Gênero), 13,6% dos entrevistados confirmaram explicitamente que estuprariam uma mulher (também em uma situação “livre de consequências”). Segundo os autores do estudo, os dados que revelam a diferença proporcional entre os homens que endossam o uso da coerção, mas rejeitam o rótulo de “estupro”, podem ser utilizados para programas educacionais sobre sexo, comportamento e consentimento sexual e, assim, acabar com a ideia de um “estereótipo de estuprador”.
Lendo uma série de frases como “Eu me irrito fácil com mulheres”, ou “Eu sinto que muitas mulheres flertam com homens apenas para provocá-los e machucá-los”, os autores da pesquisa conseguiam determinar tais categorias, com método para identificar os níveis de “hipermasculinidade” dos participantes – como se eles considerassem o perigo “excitante” ou o uso de violência como “máscula” – e assim determinar se “atitudes sexuais insensíveis contribuiriam para eles cometerem uma agressão sexual”.
“A alta hostilidade para com a mulher e as atitudes sexuais insensíveis separam o grupo dos que ‘não têm intenção’ [em cometer estupro], daqueles que endossam a intenção de estuprar ou daqueles que endossam apenas a descrição comportamental do estupro”, afirmaram. Todavia, os pesquisadores admitem que, com aqueles que responderam abertamente que estuprariam uma mulher, tais programas teriam dificuldade em alcançar o resultado esperado.
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