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terça-feira, 12 de abril de 2016

Boko Haram transforma meninas e mulheres em suicidas

As reféns têm aulas sobre como se tornar mulheres-bomba

10 abr, 2016

O Boko Haram já usou pelo menos 105 mulheres e meninas em ataques suicidas desde junho de 2014, segundo o The Long War Journal. Os combatentes do grupo terrorista capturam mulheres e meninas e as transformam em suicidas. Elas, por sua vez, escondem as bombas em cestas ou sob suas roupas, e assim conseguem passar despercebidas e matar civis em mercados, escolas e até em campos de refugiados.

O abuso de mulheres pelo Boko Haram chocou o mundo pela primeira vez há dois anos, quando o grupo invadiu uma escola na Nigéria e raptou 300 meninas, muitas delas nunca encontradas até hoje. Outras centenas foram sequestradas, estupradas e até engravidadas de propósito, talvez para criar uma nova geração de combatentes.

Rahila Amos, de 47 anos, estava sendo treinada para ser uma suicida, mas conseguiu fugir antes de ter que fazer o ataque. Ela contou que os combatentes invadiram sua vila, disparando armas. Ela, que é cristã, foi forçada a assistir aulas do grupo sobre a versão deles do Islã. Este é o primeiro passo para se tornar uma suicida.

Depois de meses de treinamento, ela conseguiu fugir com suas crianças enquanto seus captores rezavam. As autoridades em Camarões e na Nigéria falaram que muitas das experiências por ela detalhadas combinam com a de outras meninas e mulheres que conseguiram fugir do grupo, ou que foram presas antes de conseguirem detonar uma bomba.

Como o Boko Haram não está mais conseguindo manter territórios como antes, eles estão enviando meninas e mulheres suicidas para espalhar medo. Ataques feitos por meninas e mulheres fizeram até que grupos humanitários repensassem suas estratégias sobre como distribuir água e comida, por exemplo.

Amos contou que dentre as 30 ou mais das reféns, sete meninas estavam empolgadas em carregar bombas. O grupo ouvia que este era um caminho direto para ir para o céu.

Quando o Boko Haram invadiu sua cidade em 2014, seus dois irmãos foram mortos. Seu marido conseguiu fugir com cinco de suas crianças. Mas ela, duas filhas e uma neta não conseguiram. O grupo as juntou com outras mulheres e meninas, onde ficaram por dias, comendo uma pequena refeição por dia. Até que um combatente chegou e perguntou: “você quer continuar a seguir Cristo ou quer ser muçulmana?”. Todas as reféns concordaram que queriam ser muçulmanas, temendo serem mortas caso respondessem a outra opção. O treinamento então começou.

Ela descreveu a rotina de estudos, que tinha seis níveis. Dois eram sobre o Corão, o terceiro era sobre ataques suicidas e decapitação. Os outros três níveis eram mantidos em segredo e ela nunca soube.

Nenhum dos combatentes quis “casar” com ela, um eufemismo para os estupros que os combatentes cometiam, porque ela já era casada e tinha filhos. No entanto, 14 mulheres e 4 meninas que frequentavam suas aulas não tiveram a mesma sorte.

Meses depois, os combatentes as levaram para uma fábrica antiga, onde estavam meninas que tinham comida e água a vontade. Eles diziam que se seguissem suas ordens, as reféns poderiam ter água e comida como elas. As meninas eram de Chibok, segundo Amos, vila onde o Boko Haram sequestrou 300 garotas em idade escolar. O departamento de estado americano e autoridades militares disseram que investigariam o relato dela sobre as meninas de Chibok.

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