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sábado, 12 de agosto de 2017

Uma conversa entre três gerações de homens da mesma família sobre ser pai. O que mudou de uma pra outra?

Gravamos um papo com a família Aquino — e agora te convidamos para fazer o mesmo por aí
Breno França
11 de Agosto de 2017
Todo final de semana era mais ou menos a mesma história. Eu combinava de sair com os amigos e avisava meu pai. Ele me falava para ter cuidado e atender o celular. Eu falava pra ele dormir e não se preocupar. Ele falava... para ter cuidado e atender o celular.
Encontrando com a galera, me entretinha com um jogo, uma bebida ou uma menina, dependendo da minha idade, e não via mais a hora passar. Em casa, entediado com a tv, meu pai ficava preocupado e não via mais a hora de eu voltar.
À uma da manhã, a primeira chamada perdida. Às cinco já eram mais de vinte. Era só chegar em casa e esperar por pequenas variações do mesmo ‘diálogo’:
“Não sei porque você se preocupa tanto”, eu dizia.
“Quando você for pai, você vai saber”, ele respondia.
Não precisou de tanto.
No dia seguinte, tudo sempre se resolvia.
Essa história clichê foi a verdade que eu e meu pai vivemos juntos durante minha adolescência. Sou muito grato a ele por ter estado presente na minha vida, me dado liberdade para acertar e para errar e ter tido tanta paciência comigo. Sou grato principalmente por saber que ele foi criado em um contexto tão diferente do meu e que sofreu com isso, mas soube filtrar as coisas ruins e me transmitir apenas as boas. Exatamente como pretendo fazer com meu filho, um dia.
Talvez meu pai esperasse que a ficha caísse de uma vez quando eu me pegasse preocupado com minhas crias, mas confesso que essa ficha vem caindo aos poucos e mais cedo do que esperava. Quando assisti pela primeira vez o vídeo abaixo, que gravamos com a família Aquino, finalmente consegui me colocar no lugar de meu pai e entender as angústias, as preocupações e as dificuldades de alguém como ele. Alguém na posição e da geração dele.
preocupação de ter que garantir que não nos faltasse nada ao mesmo tempo que tentava não se ausentar do dia a dia da família.
angústia de ter que se conter para não demonstrar afeto demais em público, muitas vezes reforçada por nós filhos que achamos que ‘pega mal’.
dificuldade de conseguir romper uma barreira de autoridade e estabelecer um diálogo íntimo comigo sobretudo numa idade em que eu parecia tão fechado.
Não foi fácil pra ele.
Muito de nós temos que agradecer aos nossos pais.
Às vésperas de mais um dia dos pais, quero aproveitar a oportunidade pra te fazer um convite: assista ao vídeo abaixo com a mente aberta e o corpo relaxado; depois pare um pouco e pense sobre a relação com seu pai; aí respire fundo e aproveite a data especial para começar uma conversa sincera com ele; puxe assunto interessado realmente em ouvir o que ele tem a dizer, investigue os motivos pelos quais ele te criou do jeito que criou, envie o vídeo abaixo ou mostre esse artigo para começar o diálogo se for preciso; e então nunca mais deixe que isso só aconteça uma vez por ano.
Vai por mim.
Vai ser bom.
Agradecemos muitíssimo à família Aquino por abrir as portas de sua casa e confiar em nós para mediar essa conversa entre seu Idálio, os filhos José Eduardo, Carlos, Pedro, João, e os netos Gabriel e Nicolas. Esse foi um trabalho feito com o coração.
Obrigado, família Aquino!
Papo de Homem

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