Delegado libera homem que queimou rosto da esposa com água fervente: "legítima defesa". A vítima estava dormindo quando foi acordada com puxões de cabelo. Ao tentar pedir ajuda, foi surpreendida com a água quente em seu ouvido e face
19/SEP/2017
Jeferson e Juliane (há uma tarja preta na segunda imagem que mostra o efeito da queimadura no rosto da jovem)
Um homem jogou água quente no ouvido e no rosto da companheira com o intuito de matá-la. O crime aconteceu no último sábado (16) na residência do casal, no município de Presidente Figueiredo (distante 117 km de Manaus).
De acordo com informações da mídia amazonense, Jeferson Rios da Silva, de 22 anos, jogou a água quente no ouvido de Juliane Lima Barbosa, de 20 anos, enquanto ela dormia. O rapaz ferveu a água e a escondeu em uma panela embaixo da cama. Em seguida, ele acordou a jovem com puxões de cabelo e cometeu a atrocidade.
Depois da ação criminosa, Jeferson fugiu. Enquanto o agressor empreendia fuga, a vítima foi levada ao Hospital. Ela teve queimaduras de segundo e terceiro graus no rosto, ombro e braços, sendo a mais grave na região do rosto próximo à orelha, que pode vir a ter sequelas irreparáveis.
Uma amiga seguiu à Delegacia para prestar queixa sobre o ocorrido. Ela afirmou que a jovem mantinha um relacionamento conturbado com Jeferson, com diversas idas e vindas, e que o agressor era bastante ciumento, o que motivava discussões frequentes. A amiga de Juliane disse ainda que a vítima já havia sofrido agressão física por parte dele.
Em depoimento aos investigadores, Juliane relatou o que aconteceu. “Ele chegou em casa e já me acordou desse jeito. A gente já vinha brigando há algum tempo por ciúmes dele e eu disse que queria vir embora para a casa da minha mãe, em Manaus. Ele então chegou a cortar quase todas as minhas roupas, mas depois conversamos e ficamos relativamente bem. Tomei um susto quando acordei sendo agredida”.
O caso causou comoção na cidade com centenas de manifestações de solidariedade a Juliane nas redes sociais.
“Legítima defesa”
Jeferson ficou foragido por dois dias e se apresentou nesta segunda-feira (18) à Polícia Civil, na presença de um advogado. Ele confessou o crime, alegou legítima defesa e foi liberado.
De acordo com o delegado Valdnei Silva, titular da 37ª DIP, Jeferson foi ouvido assim que chegou à unidade policial. Ele confirmou o crime e disse que despejou água fervente em Juliane.
“Ouvimos a versão dele, mas ainda precisamos ouvir mais pessoas. Caso seja necessário, iremos representar pela prisão dele”, destacou Valdnei Silva.
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