Quando a criança não pode se desenvolver sadiamente, especialmente nos primeiros anos de vida, há maior probabilidade de ela sofrer consequências desfavoráveis na vida adulta. Como está inserido em um contexto social, a influência de qualquer indivíduo no bem-estar daqueles que o cercam pode ser negativa se ele não viveu uma infância minimamente saudável. Ou seja, a sociedade, de alguma forma, é impactada pela carência de bons tratos, de educação e saúde adequadas, de vínculo e afeto na infância de um cidadão.
Por isso batemos tanto nesta tecla: é preciso criar políticas públicas eficientes e integradas que propiciem um melhor desenvolvimento infantil e apoiem a família para que possa cumprir o seu papel.
Pensando nisso, o VII Simpósio Internacional de Desenvolvimento da Primeira Infância, que acontecerá dia 7 de novembro, em Fortaleza (CE), trará à discussão este mote: “Práticas efetivas para uma política integrada”.
O que isso significa? Em resumo, que gestores e lideranças públicas e privadas precisam abraçar a causa e trabalhar em suas instâncias para que suas equipes atuem olhando para a criança de forma integral. No dia a dia, significa criar meios e estratégias que integrem as diferentes áreas de acolhimento e cuidado. Unir esforços por meio de ações e políticas públicas que promovam o bem-estar dos pequenos e deem subsídios para que os adultos possam apoiá-los em todo o seu percurso infantil.
Não estamos sozinhos. Muitas organizações compartilham conosco essa mesma certeza. Aliás, um recente artigo de Florencia López-Boo, Economista Sênior na Divisão de Proteção Social e Saúde do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), traz considerações bem concretas sobre a importância de investir na primeira infância. O quanto o custo desse investimento é baixo diante dos benefícios sociais e econômicos que ele trará no médio e longo prazo.
Para ela, “problemas socioeconômicos profundos, como pobreza, desigualdade e exclusão social, agravam as circunstâncias que milhões de crianças já vivenciam no mundo”.
No entanto, Florencia reforça que essa realidade pode mudar. Bastam intervenções precoces e preventivas para promover saúde, educação e assistência social de qualidade. Alguns países têm obtido bons resultados por priorizarem os primeiros anos de vida em suas políticas sociais.
Vale ressaltar, como a especialista explica em seu artigo, que a primeira infância é considerada um dos pilares do desenvolvimento humano e a alavanca para que o planeta consiga avançar em direção aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (DPSs).
Para que o mundo caminhe a um desenvolvimento mais justo e igualitário, algumas iniciativas dos decisores e lideranças públicas e privadas são essenciais:
· Expandir a vontade política dos gestores de cidades, estados e países e os financiamentos que envolvam os ODS.
· Criar ambientes favoráveis para as famílias, a fim de que possam fornecer o cuidado adequado para as crianças pequenas.
· Investir na capacidade de promover o desenvolvimento da primeira infância por meio da saúde, educação e proteção social.
· Reforçar o trabalho multissetorial de apoio a iniciativas de desenvolvimento da primeira infância.
No artigo, Florence traz dados bem bacanas sobre investimentos feitos por diferentes países, que valem você acessar aqui.
Se você é uma liderança ou gestor público (prefeitos, governadores, secretários estaduais, municipais, primeiras damas, senadores, deputados, vereadores, juízes, promotores e defensores públicos), fica aqui o convite para continuarmos este debate no dia 7 de novembro, no VII Simpósio Internacional. As inscrições, gratuitas, estarão disponíveis a partir de 1 de setembro, no site do Núcleo Ciência Pela Infância, onde você também encontrará toda a programação do evento.
Contamos também com sua participação, caso você atue em outras instâncias da primeira infância – saúde, educação, assistência social ou áreas afins -, por meio da internet ou, ainda, na organização de um Simpósio Satélite com seus colegas, na sua cidade. Todas as informações de como realizá-lo também estarão disponíveis no site do NCPI, em setembro.
Informe-se, agende-se, participe! Vamos fazer a nossa parte para que a primeira infância brasileira possa se desenvolver cada vez mais e melhor!
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