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domingo, 3 de fevereiro de 2019

Diretores jurídicos de 170 empresas dos EUA apoiam diversidade nas bancas

Em carta aberta às grandes bancas dos EUA, diretores jurídicos de 170 empresas declararam que irão dar prioridade à contratação de serviços jurídicos externos dos escritórios que promoverem a diversidade e a inclusão em seus quadros. Segundo o texto, o quadro de sócios das bancas permanece “largamente masculino e largamente branco”.
Em carta aberta, diretores jurídicos de empresas dos EUA afirmam que quadro de sócios das bancas permanece “largamente masculino e largamente branco” 
Freepik/ConJur

“Nós, como um grupo, iremos direcionar substancialmente nossos gastos com contratação de advogados externos para as bancas que apresentarem resultados com respeito à diversidade e inclusão, além de fornecer o mais alto grau de representação de qualidade. Esperamos, sinceramente, que você e sua banca estejam entre aqueles que demonstram esse compromisso”, diz a carta, divulgada pelos sites do grupo ALM/Law.com.
Os diretores jurídicos afirmam, na carta, que aplaudem “as bancas que trabalham arduamente pra contratar, reter e promover a sócios, neste ano, advogados destacados e altamente realizados que são diferentes em relação à raça, cor, idade, orientação de gênero, orientação sexual, nacionalidade, religião, sem levar em conta deficiências físicas”.

Já no primeiro parágrafo, os diretores jurídicos mencionaram o que pode ser um estímulo para as bancas promoverem a diversidade e a inclusão: “Coletivamente, nossas empresas gastam centenas de milhões de dólares anualmente em serviços jurídicos e estamos comprometidos com o propósito de assegurar igualdade na profissão jurídica”.
Os diretores dizem saber que os homens brancos trabalham arduamente para se tornarem sócios. Mas “também sabemos que há mulheres, pessoas de cor e membros da comunidade LGTBQIA e outras pessoas que, sem dúvida, também são igualmente merecedores, mas não são igualmente recompensadas”.
Segundo os diretores, não é suficiente que a banca se comprometa com a diversidade e a inclusão apenas no recrutamento de advogados. “Em vez disso, a realidade é que você precisa investir, de forma consciente e pessoal, em diversidade e inclusão e entrevistar, contratar, aconselhar, patrocinar e promover advogados talentosos, que nem sempre se identificam com — ou compartilham — seu background.”
Em resposta à carta aberta dos diretores jurídicos, o advogado Don Prophete, que é negro e sócio de um escritório de advocacia, disse, em artigo publicado pelo site The American Lawyer, que o número de advogados negros na advocacia caiu significativamente nos últimos anos. E que a situação deles, bem como dos latinos e dos asiáticos, continua ruim.
Mas ele também dá uma alfinetada nos diretores jurídicos: “Apesar da minha carreira de grande sucesso de 28 anos e de todas as minhas realizações, nunca um diretor jurídico tentou me contratar com base em minha boa reputação, na minha história ou nas minhas qualificações, a não ser para pequenos serviços que consegui com muito marketing e suor. Isso é muito incomum para advogados com as minhas realizações”.
A ALM documenta há anos as dificuldades das grandes bancas de promover a diversidade e a inclusão, bem como para reter e promover mulheres e pessoas de cor. Em 2017, as mulheres representaram apenas 19% de um total de 31.658 sócios de escritórios. Neste ano, a percentagem de pessoas negras, entre os sócios, caiu 0,5%, representando só 9,1% do total.
Leia a tradução da carta aberta: 
Carta aberta aos sócios de escritórios de advocacia:
Nós somos diretores jurídicos e CLOs (Chief Legal Officers) de mais de 170 empresas. Representamos empresas públicas e privadas, startups e organizações sem fins lucrativos. Nossas empresas atuam em setores tais como publicidade, tecnologia, produtos e serviços para empresas e consumidores, varejo, manufatura, saúde, software, editoras, ciências da vida, hospitalidade e serviços financeiros. Contratamos escritórios de advocacia para nos ajudar a lançar IPOs (ofertas públicas iniciais), salvaguardar a privacidade dos consumidores e os direitos de proteção de dados, atuar em contenciosos que ameaçam a existência de uma empresa (nos EUA, “bet the company” litigation), colocar medicamentos que salvam vidas ao mercado, superar obstáculos regulamentares desafiadores e ajudar em fusões e aquisições altamente arriscadas. Coletivamente, nossas empresas gastam centenas de milhões de dólares anualmente em serviços jurídicos e nós assumimos o compromisso de assegurar igualdade na profissão jurídica.
Esperamos que os escritórios de advocacia que contratamos reflitam a diversidade da comunidade jurídica e as empresas e consumidores que servimos. Aplaudimos as bancas que trabalharam arduamente pra contratar, reter e promover a sócios, neste ano, advogados destacados e altamente realizados, que são diferentes em relação à raça, cor, idade, orientação de gênero, orientação sexual, nacionalidade, religião, sem levar em conta deficiências físicas. Vocês e suas bancas mostraram liderança ao adotar práticas, políticas e prioridades que asseguram que muitos advogados são atraídos para suas bancas, têm oportunidade de demonstrar seus talentos, são capazes de navegar com sucesso suas vidas profissionais e pessoais e são recompensados por seus desempenhos exemplares. Acreditamos que um local de trabalho diversificado é evidência de que você criou um ambiente em que todos os empregados sentem que pertencem a ele e são aceitos por ele. Apreciamos e reconhecemos esse esforço e investimento.
Ao mesmo tempo, estamos desapontados por ver que muitas bancas continuam a promover classes de sócios que, de forma alguma, refletem a composição demográfica das classes de empregados contratados. Classes de sócios permanecem largamente masculinas e largamente brancas. Não temos dúvida de que esses advogados trabalharam arduamente para se tornarem sócios e merecem o sucesso que obtiveram em suas bancas. Também sabemos que há mulheres, pessoas de cor e membros da comunidade LGTBQIA e outras pessoas que, sem dúvida, também são igualmente merecedoras, mas não são igualmente recompensadas. Isso nos obriga a considerar se você e seus sócios valorizam suficientemente a diversidade, para adotar programas destinados a desenvolver, promover e reter advogados talentosos e diferentes. Não é suficiente que sua banca se comprometa com a diversidade durante o processo de recrutamento ou contrate alguém com base na diversidade e inclusão e espere que essa pessoa possa causar mudança sem o total comprometimento de cada membro da banca. Em vez disso, a realidade é que você precisa investir, de forma consciente e pessoal, em diversidade e inclusão e entrevistar, contratar, aconselhar, patrocinar e promover advogados talentosos, que nem sempre se identificam com — ou compartilham — seu background.
Nós, como um grupo, iremos direcionar substancialmente nossos gastos com contratação de advogados externos para as bancas que apresentarem resultados com respeito à diversidade e inclusão, além de fornecer o mais alto grau de representação de qualidade. Esperamos, sinceramente, que você e sua banca estarão entre aqueles que demonstrar esse compromisso".
Clique aqui para ler a versão em inglês, com a lista de diretores jurídicos que assinaram a carta.
 é correspondente da revista Consultor Jurídico nos Estados Unidos.

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