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domingo, 17 de fevereiro de 2013


A Copa e o crime: será que o evento pode aumentar o tráfico de pessoas?

Ao contrário do que diz o senso comum, pesquisas revelam que não há evidências de que grandes eventos esportivos provoquem o aumento do tráfico humano para exploração sexual

SERÁ QUE A COPA DO MUNDO AUMENTARIA O TRÁFICO DE PESSOAS NO BRASIL? (Foto: Reprodução)
SERÁ QUE A COPA DO MUNDO AUMENTARIA
O TRÁFICO DE PESSOAS NO BRASIL?
(FOTO: REPRODUÇÃO)
O Brasil está se preparando para sediar três grandes eventos esportivos: a Copa das Confederações, em junho deste ano, a Copa do Mundo em 2014 e a Olimpíada em 2016. Não é novidade que competições deste porte, em qualquer lugar do planeta, podem incrementar o turismo sexual. Mas será que o tráfico de seres humanos para fins de prostituição também cresce nessas ocasiões? Ao contrário do que prega o senso comum, pesquisas realizadas em diversos países revelam que não.
A pedido da União das Federações Europeias de Futebol (UEFA), cujo objetivo era fornecer subsídios para os países-sedes da Eurocopa de 2012 e organizações de direitos humanos balizarem suas ações para coibir o tráfico de pessoas, três acadêmicos se debruçaram sobre dados colhidos durante a Copa do Mundo da Alemanha, em 2006, e da África do Sul, em 2010. Depois de exaustiva análise, não encontraram nenhuma correlação entre esses eventos e o tráfico humano nos dois países.
Outro estudo, publicado em 2011 pela Aliança Global Contra o Tráfico de Mulheres, chegou à mesma conclusão. A ONG se baseou em pesquisas feitas em três edições recentes do Super Bowl, a maior competição esportiva dos Estados Unidos, e em quatro grandes torneios mundiais: Copa da África do Sul, Jogos Olímpicos do Canadá (2010), Copa da Alemanha e Jogos Olímpicos da Atenas (2004). Antes desses eventos, a expectativa era de que 40 mil pessoas migrariam por força do tráfico humano para atender ao aumento da demanda por sexo.
PÔSTER CONTRA O TRÁFICO HUMANO DA COPA DO MUNDO DA ÁFRICA, EM 2010 (Foto: Reprodução)
PÔSTER CONTRA O TRÁFICO HUMANO 
DA COPA DO MUNDO DA ÁFRICA, EM 2010 
(FOTO: REPRODUÇÃO)
As informações apuradas pelos pesquisadores, no entanto, mostraram que autoridades da África do Sul não registraram nenhuma ocorrência de tráfico humano durante a Copa. Cinco casos relacionados ao mundial de futebol foram descobertos na Alemanha. Canadá e Atenas não registraram ocorrências de tráfico ou aumento da prostituição. Da mesma forma, autoridades policiais americanas também não observaram o incremento do crime durante as três edições do Super Bowls.
Uma das explicações dos especialistas no assunto é que, por terem curta duração, esses eventos não seriam suficientemente rentáveis para os traficantes. Os estudiosos também alertam que o mito de que grandes competições esportivas provocam o aumento do tráfico de pessoas pode desviar a atenção das autoridades e prejudicar a implantação de políticas públicas que combatam verdadeiramente o problema. Tráfico humano é um crime seriíssimo que tem de ser atacado em qualquer período do ano – sem sazonalidades.

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