ONU quer abordagem mais abrangente contra estupros na África do Sul
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Alta comissária da ONU para os Direitos Humanos pede fim do que chama cultura arraigada de violência sexual; dados do ano passado indicam ocorrência de cerca 175 casos por dia.
Eleutério Guevane, da Rádio ONU em Nova Iorque.
A alta comissária da ONU para os Direitos Humanos disse que a baixa percentagem de condenação aos responsáveis por estupros na África do Sul contribui para a normalização do fenómeno e da violência contra a mulher.
Navi Pillay referiu que está "profundamente incomodada" pelo que chamou negação chocante de justiça aos milhares de vítimas.
Anene Booysen
O caso mais recente envolveu o estupro, mutilação e assassinato de uma jovem sul-africana de 17 anos, a 2 de Fevereiro. Anene Booysen teria sido supostamente vítima de vários homens que a abandonaram numa obra em Bredasdorp, localizada a 80 km a leste da Cidade do Cabo.
Na manhã seguinte, a jovem foi encontrada, ainda viva, por um agente de segurança, antes de sucumbir à morte algumas horas depois.
Pandemia
Pillay, manifestou choque e tristeza pelo ato, e pediu uma abordagem mais abrangente para combater o que chamou "pandemia de violência sexual."
Relativamente ao fenómeno, que todos os anos afeta dezenas de milhares de mulheres no país, a alta comissária refere que a "que a prevalecente cultura arraigada de violência sexual deve acabar".
Casos
A África do Sul tem a maior percentagem mundial de estupros relatados à polícia. Estima-se que em 2012, o número de casos documentados pelas autoridades subiu para mais de 64 mil, o equivalente a 175 por dia.
Um estudo do Conselho de Pesquisa Médica da África do Sul aponta que 28% dos homens entrevistados tinha estuprado uma mulher ou menina, e um em cada 20 disse ter praticado o ato no ano passado.
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