Segundo Unodc, com a internet, um único abusador pode ter uma coleção de 150 mil imagens de menores; agência da ONU nota perigos do uso de computadores e celulares por crianças e jovens.
Leda Letra, da Rádio ONU em Nova York.
O Escritório da ONU sobre Drogas e Crime, Unodc, está chamando a atenção para os efeitos das novas tecnologias de informação no abuso e na exploração de crianças.
Com especialistas de vários setores, a agência discutiu em Viena a prevalência do abuso infantil online.
Sem Precedentes
Com o custo cada vez menor de celulares e computadores, e a facilidade de acesso à internet, os criminosos têm um "acesso sem precedentes a materiais para manter seu comportamento abusivo", afirma o Unodc.
A agência da ONU alerta também para o uso cada vez mais cedo da internet e de celulares por crianças e jovens, o que os deixa expostos aos abusadores.
Tráfico e Bullying
O Unodc cita alguns dos riscos que a era digital levou a crianças de todo o mundo: abuso sexual de motivos comerciais e privados; tráfico de menores; bullying online e tentativas de amizade online com segundas intenções.
O diretor da agência, Yuri Fedotov, lembra que a exploração infantil não é um novo fenômeno, mas a era digital exacerbou o problema e criou mais vulnerabilidade às crianças.
Coleção de Fotos
Segundo o psicólogo forense Joe Sullivan, que participou da reunião do Unodc, antes da internet, um abusador poderia ter uma coleção com cerca de 150 imagens de crianças. Mas agora, o padrão é uma coleção de 150 mil fotos de menores.
Os criminosos têm acesso rápido e em grandes volumes a esse material por meio de salas de bate-papo, emails, jogos online e redes sociais. As meninas são a maioria das vítimas.
O diretor assistente da Interpol, Michael Moran, destaca que antigamente, "os pais agiam como uma barreira" em relação a quem teria contato com seus filhos, mas com a internet, essa barreira é praticamente inexistente.
Os especialistas ressaltam a importância da educação e da conscientização na proteção de crianças. Além disso, pais e professores devem entender como os abusadores atuam e assim, tentar garantir um uso mais seguro da internet.
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