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quinta-feira, 17 de outubro de 2013

GraVIDAde, uma metáfora espacial

***ATENÇÃO: este texto contém SPOILERS, ou seja, eu conto o final. Se você ainda não viu, deixe para ler depois***
Tecnologia cafona por natureza, o 3D afinal justifica seu retorno às telas de cinema graças ao filme Gravidade, do diretor mexicano Alfonso Cuarón. Se Gravidadepoderia ser visto sem 3D? Sim, mas perderia muito de seu impacto e beleza. Em 3D, é como se estivéssemos também ali, flutuando na órbita da Terra. Uma sensação maravilhosa, emocionante, literalmente de perder o fôlego.
Mas Gravidade não é apenas um filme de ficção científica. É uma metáfora sobre o nascimento e o renascimento. Sobre a importância de estar vivo e amar a vida, em que pesem as dificuldades e as dores durante a trajetória. A protagonista Sandra Bullock nasce e renasce várias vezes na trama. Se eu fosse resumir o filme, diria que se trata de uma sequência de partos. Partos em série. George Clooney é o pai/mãe da história.
O primeiro parto que aparece em cena é um parto prematuro, antes da hora. A especialista Ryan Stone (Bullock) inadvertidamente corta o cordão umbilical, se desprende da estação e se vê de repente solta no espaço sem fim. É preciso reaprender a respirar, qual um recém-nascido, e encontrar a serenidade necessária para encarar o mundo que está ali, gigante e desafiador.
Logo será necessário cortar o cordão mais uma vez e se libertar do pai/mãe Matt Kowalski (Clooney), desta vez conscientemente, para poder sobreviver. Dizer adeus à segurança, ao conforto da proteção paterna/materna e seguir caminho sozinho. A vontade que se sente é de retornar ao útero, e é o que faz Ryan, mas a tranquilidade dura pouco. Não é possível continuar lá dentro, é preciso nascer –mas sobretudo querer nascer.
No meio do suspense, nos pegamos pensando: que loucos estes astronautas! Como têm a coragem de transformar a vida num desafio maluco destes, ficar pendurado lá em cima consertando estações espaciais no meio do nada? Ao mesmo tempo, o filme nos faz perguntar: será que a vida aqui embaixo também não é uma aventura e tanto? É desafiador estar longe de tudo, mas também é desafiador estar perto o suficiente para enfrentar as tristezas da vida sem querer fugir. Ou não é?
Por pouco, muito pouco, Ryan não se entrega ao calor do útero e morre antes de nascer. Quase natimorta, encontra nas palavras carinhosas do pai/mãe do lado de fora o incentivo para prosseguir rumo à luz no fim do túnel. “Força, Ryan!”, o pai/mãe diz a ela, em pleno trabalho de parto. A passagem final é cheia de turbulências, mas é preciso deixar a cápsula quentinha, passar pelo líquido para chegar à superfície.
Então, exausta, se arrastar pelo chão, andar de quatro e, depois, finalmente de pé. A vida toda está ali em GraVIDAde.
Belo filme.




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