Contribua com o SOS Ação Mulher e Família na prevenção e no enfrentamento da violência doméstica e intrafamiliar

Banco Santander (033)

Agência 0632 / Conta Corrente 13000863-4

CNPJ 54.153.846/0001-90

quarta-feira, 9 de outubro de 2013

Pesquisa: 54% dos adolescentes usam camisinha sempre

Levantamento feito com 6 mil alunos de escolas particulares em 16 Estados brasileiros mostra que os jovens estão mais preocupados com uma gravidez indesejada do que com doenças sexualmente transmissíveis

AMANDA POLATO (TEXTO), NATÁLIA DURÃES (INFOGRAFIA)


Eles têm muita informação e, mesmo assim, preferem ignorar a camisinha. Uma pesquisa inédita mostra que adolescentes se protegem com menos frequência e estão mais preocupados com uma gravidez indesejada do que com doenças sexualmente transmissíveis. Apenas 54% dos adolescentes dizem usar preservativo sempre, 16% usam na maioria das vezes, 15%, às vezes e 14% não usam nunca, segundo o estudo Este Jovem Brasileiro, feito pelo Portal Educacional.

Foram entrevistadas 6 mil pessoas entre 12 e 17 anos de 16 Estados brasileiros. A pesquisa, que é feita anualmente com diferentes temas, repetiu as mesmas perguntas feitas em 2006. Naquele ano, o total de jovens que disse usar camisinha sempre era maior – 61%. Apenas 11% diziam não usar nunca.

A queda nos índices de prevenção também tem sido identificada em estudos nacionais e internacionais. “Hoje se discute a desmobilização dos jovens em relação à proteção contra o HIV. Isso tem acontecido, provavelmente, porque essa geração não viveu as fases mais críticas da epidemia e acreditam que haja tratamento. Há menos medo”, afirma o psiquiatra Jairo Bouer, coordenador do estudo e também colunista de ÉPOCA. Ele diz que, em conversas com adolescentes, percebe que a maior preocupação deles é com a gestação. E isso tem se acentuado nos últimos anos. 45% dos entrevistados fazem uso de outros métodos anticoncepcionais, frente a 38% registrados há oito anos.

Entre as garotas que já fizeram sexo, 44% acharam que poderiam estar grávidas e, destas, 32% recorreram à pílula do dia seguinte. “Quem já ficou com medo de ter engravidado ou não teve informações adequadas ou sabe como se prevenir e fez algo errado, como dispensar a camisinha e usar a pílula de forma inconsistente”, diz o psiquiatra. Ele diz que há riscos no uso frequente da pílula do dia seguinte: ela não é tão eficiente quanto a convencional, tem efeitos colaterais, como enjoo, e desregula o ciclo. “Normalmente as meninas não consultam o ginecologista antes de tomar essa pílula. É uma atitude comum entre adolescentes: é mais fácil tentar remediar e resolver rápido uma situação do que se programar, se prevenir.”

Relacionamento e felicidade
Mais de 30% dos entrevistados disseram ter ficado com mais de dez pessoas e, no momento em que responderam a pesquisa (entre abril e agosto), 16% estavam namorando.

A maioria das meninas fez sexo com parceiros fixos e os meninos, com parceiras eventuais. 

Enquanto 63% dos garotos afirmaram estar satisfeitos com o próprio corpo, apenas 40% das garotas falaram o mesmo. Em 2006, as taxas eram, respectivamente de 62% e 44%. Mesmo as mais jovens sofrem com a pressão social para que as mulheres tenham o corpo perfeito, afirma o psiquiatra. E elas estão num momento delicado, de transformação do corpo. 

Álcool, cigarro e drogas
A pesquisa também fez perguntas sobre consumo de álcool, cigarro e drogas. Quase um terço dos entrevistados passou mal pelo consumo excessivo e 62% já beberam alguma vez na vida. Entre os menores de 14 anos, este índice é superior a 50%, e chega a 84% entre os maiores de 17 anos. Há oito anos, 75% dos jovens já haviam bebido ao menos uma vez. A diferença entre as duas pesquisas pode ser explicada pela presença de meninos e meninas mais jovens na edição de 2013, diz Andrea Maia, gerente da central de projetos colaborativos da Divisão de Tecnologia Educacional da Positivo, uma das responsáveis pela pesquisa Este Jovem Brasileiro. Os que têm entre 12 e 14 anos são quase 50% da amostra entrevistada.

Acompanhando a tendência nacional, o número de adolescentes que experimentou cigarro caiu entre um estudo e o outro. Em 2006, 26,5% já tinham fumado alguma vez. Neste ano, o número ficou em 16%. “No Brasil, em todas as faixas etárias, há redução no número de pessoas que têm contato com o cigarro”, afirma Jairo Bouer.

Por outro lado, o uso da maconha chama a atenção. Embora a proporção dos que já experimentaram a droga tenha se mantido igual, em 10%, de 2006 para cá houve aumento no número dos que fumam todos os dias, passando de 14% para 18%. E o primeiro contato tem ocorrido mais cedo – 22% fumaram aos 12 e 13 anos. Bouer diz que um fenômeno de popularização da droga que já foi verificado entre universitários está agora atingindo faixas etárias mais jovens.  

info jovens (Foto:  )

Nenhum comentário:

Postar um comentário