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quarta-feira, 27 de novembro de 2013

Atletas e pesquisadoras debatem a inserção da mulher em esportes de alto rendimento


Em seminário realizado pela SPM, as atletas Conceição Geremias (atletismo) e Rosicleia Campos (judô) narraram conquistas e desafios da mulher no esporte
Igualdade de condições e de oportunidades na profissionalização de mulheres e homens em esportes de alto rendimento. Este foi um dos temas em debate no seminário ‘Mulher, Esportes e Lazer e Políticas Públicas’, realizado pela Secretaria de Políticas para as Mulheres da Presidência da República (SPM-PR) e pelo Ministério do Esporte, na quinta-feira (21/11).
A pesquisadora Ludmila Mourão, da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), pontuou que “são recentes as conquistas das mulheres em esportes de alto rendimento”. Mourão afirmou que a inserção das mulheres no esporte tem sido lenta, permeada de obstáculos, preconceitos e vitórias.
No entanto, a especialista reconhece a evolução da participação feminina em jogos olímpicos, por exemplo. Em Londres, segundo ela, todas as nações tiveram ao menos uma atleta em suas delegações. Os Estados Unidos da América (EUA) protagonizaram um fato inédito: “pela primeira vez, o número de atletas mulheres superou o de homens”, disse.
De acordo com Ludmila Mourão, a participação em Olimpíadas das equipes femininas de judô, futebol e boxe do Brasil é recente. “Nos jogos olímpicos de Barcelona (1992), o judô feminino competiu pela primeira vez; em Atlanta (1996), foi a vez da seleção feminina de futebol; em Sidney (2000), tivemos uma mulher brasileira no levantamento de peso e, em Londres (2012), uma na equipe de boxe”, afirmou.
Conquistas – Conceição Geremias, atleta olímpica e medalhista pan-americana, relatou sua história e formação no esporte. A porta de entrada no atletismo foram as aulas de educação física no colégio. A atleta contou que a infância vivenciada no campo proporcionou o desenvolvimento do corpo e as condições para seguir no esporte.
Em 1980, a esportista participou de sua primeira Olimpíada, em Moscou, na Rússia. Naquela ocasião, era a única mulher na equipe brasileira de atletismo. “Por que só eu?”, questionou a atleta. Ela acredita que, aos poucos, a evolução da técnica de preparação beneficiou as mulheres a seguirem no esporte. “Houve uma evolução. Na Olimpíada de 1984, em Los Angeles (EUA), nós éramos duas mulheres. Em 1988, nos jogos olímpicos de Seul, na Coréia do Sul, éramos seis mulheres na equipe”, recordou.
Conceição acredita que a inserção da mulher no esporte tem resultados. “Em Beijing, na China, tivemos a primeira medalha olímpica do atletismo feminino”, lembrou fazendo referência à medalha de ouro de Maurren Maggi na prova de salto em distância.
Judô feminino – “Minha trajetória se confunde com a trajetória do judô feminino no Brasil”, afirmou a judoca e atual técnica da seleção feminina de judô, Rosicleia Campos.

Em 2004, Rosicleia foi chamada para assumir o cargo de treinadora da seleção feminina de judô. Apesar do preconceito, a atleta não desistiu tão facilmente do desafio. “Alguns treinadores chegaram a se reunir com a Confederação Brasileira de Judô insistindo na minha saída. A partir de então minha luta começou”, disse.
Uma das primeiras decisões de Rosicleia no cargo foi separar o treinamento das modalidades feminina e masculina. “Para se ter uma equipe unida e com identidade, precisávamos tirar a seleção feminina da sombra da masculina. Hoje as mulheres são treinadas em suas especificidades”, explicou.
Em 2011, Rosicleia recebeu o Prêmio Brasil Olímpico como melhor técnica do país entre todas as modalidades olímpicas.
Na Olimpíada de Londres, o judô feminino teve um de seus melhores resultados: ouro para a judoca Sarah Menezes e bronze para Mayra Aguiar, além do 5º lugar para Suelen Altheman. No mundial do Rio de Janeiro, em 2013, a seleção feminina de judô conquistou o vice-campeonato por equipes, além de cinco medalhas (duas de bronze, duas de prata e uma de ouro). Em todas estas conquistas, Rosicleia estava no comando da seleção.

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