Há uma nova geração de mulheres transformando trabalho, amor e família, revela a jornalista
Liza Mundy durante apresentação no Fórum Nossa Felicidade CLAUDIA & HSBC
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Foto: Marcelo Brandt/MdeMulher
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Jornalista e escritora, Liza Mundy é enfática: estamos vivendo uma inversão nos papéis de homens e mulheres na nossa sociedade. Prestes a lançar seu livro O sexo mais rico (Companhia das Letras) no Brasil, Liza foi uma das convidadas do Fórum Nossa Felicidade, projeto realizado em conjunto entre o HSBC, as revistas CLAUDIA, NOVA, ELLE e Estilo e o portal MdeMulher. Na pauta, a transformação do universo das relações de gênero. "Depois de anos e anos reduzidas a um papel secundário na economia doméstica, elas estão se tornando líderes".
Liza contou que os casamentos estão ganhando uma nova configuração. Se antes o matrimônio era o principal meio para atingir o sucesso profissional, agora há um mundo de possibilidades, de opções, de sonhos, antes do momento de subir ao altar. "Hoje, a idade média do casamento nos Estados Unidos é 27 anos entre as mulheres e 28 entre os homens", revelou. A grande questão aí é que agora há tempo e oportunidade para se tornar dona do próprio destino.
E isso começa na base: a escolaridade. Mais obstinadas, hoje elas estudam mais que eles. Quando esteve na Universidade de Princetown, onde graduou-se em jornalismo, os homens eram maioria. "Hoje, 60% dos estudantes em universidades americanas são mulheres". O fenômeno, que é global, começa a interferir nas relações pessoais, amorosas.
"Muitas mulheres se sentem envergonhadas, preferem mentir e dizer que não possuem carreiras tão consolidadas". Ela contou que certa vez entrevistou uma médica que dizia em seus encontros que era enfermeira – tudo por medo de assustá-los.
Com carreiras cada vez mais sólidas, torna-se comum o relacionamento entre mulheres escolarizadas e homens com nível de graduação menor. É aí que surgem os primeiros conflitos: de um lado, homens que não se sentem confortáveis com esta nova configuração. De outro, mulheres que acreditam que não devem manter relacionamentos com homens que estão em uma posição inferior.
Liza alerta que não há uma única solução para esta questão, mas é possível refletir: se no passado as mulheres foram grandes apoiadoras para que os homens pudessem crescer em suas carreiras, hoje esse processo pode funcionar com os papéis invertidos. "O medo dos homens é que com independência financeira, elas possam ter liberdade para fazer o que querem e quando querem", disse. "Mas também existem os caras inteligentes que pensam que ter essas mulheres poderosas por perto pode ser inspirador".
E esta mudança, que na teoria é econômica, também afeta o comportamento: "Ser instruída é importante para que elas queiram por perto homens que sejam menos egoístas, que também possam trabalhar pelo benefício delas". Estudos recentes mostram que o que os homens esperam de uma mulher está mudando: "Virgindade agora não é mais importante, habilidades domésticas estão em queda. Eles escondem, mas os homens entendem que uma parceria com uma pessoa bem sucedida vai render uma vida mais fácil", completou.
"Sim, hoje vivemos mudanças. Sim, temos problemas. Mas eu acredito que estamos vendo um mundo com mais opções para homens e mulheres. E ainda mais opções para mulheres que casem com homens que as apoiem e que se sintam inspirados por elas". Por isso, é hora de pensar: que tipo de relacionamento você quer para a sua vida?
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