Contribua com o SOS Ação Mulher e Família na prevenção e no enfrentamento da violência doméstica e intrafamiliar

Banco Santander (033)

Agência 0632 / Conta Corrente 13000863-4

CNPJ 54.153.846/0001-90

sábado, 13 de setembro de 2014

Feições humanas ficaram mais afeminadas com advento da cultura

Estudo mostrou que queda nos níveis de testosterona há cerca de 50 mil anos teria provocado profundas transformações nos hábitos e até no crânio de nossa espécie


02/09/2014 / POR ANDRÉ JORGE DE OLIVEIRA

Na esquerda um crânio de 100 mil anos, na direita um recente (Foto: Reprodução)
NA ESQUERDA UM CRÂNIO DE 100 MIL ANOS,
NA DIREITA UM RECENTE (FOTO: REPRODUÇÃO)
Nossos ancestrais pré-históricos tinham cara de mau. Desde que a anatomia moderna do Homo sapiens se consolidou na África, há cerca de 200 mil anos, ossos pronunciados nas sobrancelhas e nos maxilares conferiam à nossa espécie um ar sombrio, remetendo à aparência dos hominídeos que nos precederam na escala evolutiva. A responsável pela agressividade nos traços e no comportamento era a testosterona, hormônio masculino presente em grande quantidade nestes caçadores-coletores, que garantia a sobrevivência em um ambiente hostil. Mas há mais ou menos 50 mil anos, muita coisa começou a mudar.

O mais interessante é que estas transformações ocorreram justamente na mesma época em que desenvolvíamos nossas primeiras ferramentas e começávamos a aguçar nosso senso artístico com pinturas rupestres em grutas e cavernas. Remontam a este período a popularização de armas para caça, a evidência da generalização de utensílios de ossos e chifres e também o domínio mais definitivo sobre o fogo. Intrigante mesmo é conjecturar sobre os possíveis motivos deste súbito salto no conhecimento tecnológico do Homo sapiens.

“Os comportamentos humanos modernos de inovação tecnológica, produção artística e rápido intercâmbio cultural provavelmente vieram ao mesmo tempo em que desenvolvemos um temperamento mais cooperativo”, explica o biólogo Robert Cieri, autor principal do artigo. O estudo foi publicado no periódico acadêmico Current Anthropology, da Universidade de Chicago. Os pesquisadores mediram mais de 1,4 mil crânios antigos e recentes, e constataram que no período houve uma notável redução na estrutura óssea da testa e sobrancelhas, assim como um arredondamento geral nos ossos da face. As feições mais suaves são características tipicamente femininas, mas acabaram se generalizando graças a uma acentuada redução nas taxas de testosterona.

Teorias sugerem uma mutação cerebral, o advento da linguagem, o adensamento populacional ou até mesmo o início dos alimentos cozidos. A tese deste estudo sugere que a tendência emergente da cooperação na vida em sociedade premia comportamentos agradáveis e menos agressivos (predominantes em pessoas com menos testosterona), o que levou às mudanças nos rostos e ao aumento do intercâmbio cultural. “Se as pessoas pré-históricas começaram a viver mais próximas umas das outras e a transmitir novas tecnologias, elas tiveram que ser mais tolerantes entre si”, diz Cieri. “A chave para o nosso sucesso é a habilidade de cooperar, além de saber lidar e aprender uns com os outros”.

Via EurekAlert
Revista Galileu

Nenhum comentário:

Postar um comentário