(Tainah Fernandes/Agência Patrícia Galvão, 25/07/2016) A Cepia, ONG do Rio de Janeiro que atua na execução de projetos que contribuem para a ampliação e efetivação dos direitos humanos e o fortalecimento da cidadania, divulgou nesta segunda-feira (25) pesquisa realizada com grupos de atendimento de homens agressores voltados a reeducação ou ressocialização desses indivíduos que praticaram violências contra mulheres.
A pesquisa foi realizada entre 2014 e 2015 e surgiu a partir de uma primeira pesquisa, realizada em parceria com a ONU Mulheres, com operadores do Direito para avaliar a aplicação das medidas protetivas previstas na Lei Maria da Penha, explica Leila Linhares Barsted, coordenadora executiva da Cepia. “A ONU, a partir daí, interessou-se em focar os homens, já que estão previstas na Lei ações de ressocialização desses homens agressores. Começamos então um levantamento dos serviços do estado do Rio de Janeiro, depois os de São Paulo e então de todos os estados brasileiros”, explica.
Segundo Leila, os resultados podem ser considerados subjetivos, já que a pesquisa ouviu os profissionais que atuam nos serviços e não os agressores. Entre os relatos destacam-se os de que, em sua maioria, os homens se sentem vitimados pela situação, consideram que não mereciam ou não precisariam estar ali e acham que foram traídos pelas companheiras que os denunciaram. Como aspecto positivo: não foram relatados casos de reincidência por parte desses agressores.
Para melhorar esse trabalho, Leila Linhares sugere que os serviços sigam os preceitos previstos na Lei Maria da Penha, para que as ações possam acontecer de maneira unificada, e implantem também um método de avaliação com indicadores concretos. “Não temos como ter certeza se essa taxa de não reincidência é real, pois vítima e agressor podem ter se separado ou a vítima pode não ter apresentado outras queixas”, finaliza Leila Linhares.
Nenhum comentário:
Postar um comentário