o feminismo transformou a forma como se produz conhecimento no brasil, afirmou a historiadora da unicamp margareth rago durante o café filosófico cpfl sobre “insubmissão feminista”, o último da série de encontros sobre “o que querem as mulheres: poéticas e políticas feministas da atualidade”, da qual foi curadora.
“para falar da experiência de mulheres foi preciso mudar a noção de política. virou micropolítica”, disse. “cleópatra, anita garibaldi, princesa isabel e joana darc eram algumas das poucas mulheres da história. os estudos relacionados a mulheres cresceram. rever o passado é encontrar outros sentidos para o futuro. é deslegitimar as formas de poder”, completou.
segundo ela, o título da apresentação era uma espécie de pleonasmo. “não existe feminismo obediente. o feminismo é uma crítica à cultura dominante”.
em sua fala, rago fez um panorama do histórico do movimento feminista no país e destacou avanços observados nas últimas décadas. “o feminismo tem história. há 30 anos me surpreendi quando conheci grupos de enfermeiras e advogadas feministas. hoje há arqueólogas feministas e arquitetas feministas. elas estão debatendo o falocentrismo nas cidades.”
para a palestrante, há hoje uma reversão na forma como a juventude é formada em termos de ocupação de espaços públicos. e completou: “quem acha que arquiteta feminista quer ‘destruir’ a cidade não entendeu nada de feminismo.”
a respeito do repúdio e do desconhecimento ainda comuns em relação ao movimento, a historiadora afirmou que os feminismos não querem ocupar o lugar dos homens. “queremos o lugar de mulheres. mas não aquele lugar do discurso masculino.”
rago atribuiu ao surgimento da internet a capacidade dos feminismos atingirem tanta gente atualmente. “o que se levava 20 anos pra conhecer hoje chega na hora. a internet potencializou também o movimento de ódio contra mulheres e negros. agora a ofensa é pública.”
confira a íntegra do encontro:
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