(O Estado de S. Paulo, 29/07/2016) Jornalista espanhola Paloma García Ovejero será a primeira da história a ocupar função executiva na cúpula da comunicação da Igreja Católica
A jornalista espanhola Paloma García Ovejero, de 41 anos, assumirá na segunda-feira, dia 1.º, o cargo de subdiretora da Sala de Imprensa da Santa Sé, ao lado do também jornalista Greg Burk, americano de 55 anos, nomeado diretor, em substituição ao padre Federico Lombardi, jesuíta, de 74 anos. Paloma García é a primeira mulher a ocupar função executiva na cúpula da Sala de Imprensa, como porta-voz do papa.
“Ah, uma galega no Vaticano!”, brincou Francisco, usando o tratamento que os argentinos dão aos espanhóis, ao receber seus novos auxiliares em audiência, no dia 11 deste mês. Era um encontro de trabalho, no qual o papa pediu equilíbrio, fidelidade e clareza na transmissão das informações. Padre Lombardi deixa o cargo após dez anos, durante os quais serviu a Bento XVI e a Francisco. Pediu demissão em dezembro, por causa da idade avançada. Desde então, Burk vinha ocupando o cargo de subdiretor.
Nascido em Saint Louis, Greg Burk especializou-se em Jornalismo, depois de estudar em colégios jesuítas da cidade e de se formar em Ciências Comparadas na Universidade de Columbia, em Nova York. Trabalhou na agência United Press International (UPI), em Chicago, na Reuters e na revista Metropolitan, antes de ser enviado a Roma como correspondente da revista National Catholic Register. Em 1990, passou a colaborar com a revista Time e, em 2001, tornou-se correspondente da Fox News em Roma. Era assessor de comunicação, desde 2012, quando em dezembro do ano passado foi trabalhar com padre Lombardi.
Paloma García nasceu em Madri e trabalhava desde 2012 como correspondente em Roma da rádio Cope (Cadenas de Ondas Populares Españolas), da Conferência dos Bispos da Espanha. A nomeação para a diretoria da Sala de Imprensa surpreendeu a jornalista, conforme afirmou em entrevista ao Serviço Brasileiro da Rádio Vaticano. “Tenho um pouco de medo, é certo, porém, ao mesmo tempo, a tranquilidade de saber que não foi uma escolha minha”, disse Paloma. Em sua opinião, o fato de ser mulher não foi determinante para a sua escolha, pois lhe parece normal na revolução da normalidade, da natureza e da lógica que o papa Francisco está fazendo.
José Maria Mayrink
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