- GISELE CARVALHO / O ESTADO
Coordenadoria Estadual da Mulher em Situação de Violência Doméstica e Familiar do Tribunal de Justiça do Maranhão promoveu seminário sobre a violência de gênero na sociedade contemporânea nesta semana
O fim de relacionamentos foi apontado como principal motivador para a prática da violência contra a mulher. O apontamento foi resultado de uma pesquisa realizada pela Vara Especial de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher de São Luís em que foram analisados 508 processos de medidas protetivas de 2015.
O fim de relacionamentos foi apontado como principal motivador para a prática da violência contra a mulher. O apontamento foi resultado de uma pesquisa realizada pela Vara Especial de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher de São Luís em que foram analisados 508 processos de medidas protetivas de 2015.
A pesquisa divulgada no Dia Internacional da Mulher, durante as atividades da quarta edição da Campanha Nacional “Justiça pela Paz em Casa”, aponta que o fim do relacionamento continua aparecendo como o principal motivador para a prática da violência (31,4%), seguido de outros motivos (24,3%) e do ciúme (21,8%).
Os processos analisados mostram ainda que muitas vítimas têm buscado na Justiça medidas protetivas. 30,2% das medidas solicitadas buscam o distanciamento do agressor, seguida da proibição de manter contato com vítima (29,4%) e proibição de frequentar determinados espaços como residência e local de trabalho da vítima (25,7%), além do pedido de alimentos (6%) e o afastamento do agressor do lar (4,8%).
A pesquisa mostrou ainda que o maior número de casos de violência doméstica contra a mulher em São Luís ainda é a psicológica e grande parte dos agressores, ex-companheiros das vítimas, com as quais têm filhos. Um total de 62% das vítimas dos casos analisados afirmou terem filhos com o agressor.
Seminário
O recorte da pesquisa revela dados preocupantes da capital. Para mudar isso e também a realidade de todo o estado, está sendo promovida a I Semana Estadual de Valorização da Mulher. O evento é realizado pela Coordenadoria Estadual da Mulher em Situação de Violência Doméstica (CEMULHER) do Tribunal de Justiça do Maranhão e segue até o dia 27.
De acordo com a desembargadora Angela Maria Morares Salazar, presidente da CEMULHER, o cenário ainda desafiador para as mulheres, principalmente para as negras e isso precisa ser desconstruído.
“De acordo com uma pesquisa nacional, através do Disque 180, quase 58% das mulheres negras sofreram violência. Isso é um fenômeno muito grave, que temos que chamar a atenção da sociedade para o combate dessa questão porque somos uma sociedade patriarcal, machista e escravocrata. Somente através da união de toda a sociedade civil organizada, poderemos minimizar esse fenômeno”, afirmou a desembargadora.
Como parte da programação da Semana, também foi realizado na quinta e sexta-feira um seminário intitulado “Violência de gênero na sociedade contemporânea: como enfrentá-la”. A abertura oficial foi marcada pela palestra da professora Tuanny Soeiro, que discorreu sobre "Gênero e violência contra a mulher: discutindo a cultura do estupro".
Ontem, a programação seguiu com diversas palestras. Uma delas foi ministrada pela desembargadora aposentada e secretária especial de Políticas de Promoção e Igualdade Racial, Luislinda Valois.
SAIBA MAIS
Em agosto de 2016, acontece a quinta edição da campanha “Justiça pela Paz em Casa”, idealizada pela vice-presidente do Supremo Tribunal Federal, ministra Carmem Lúcia. O Tribunal de Justiça do Maranhão participará, por meio das Varas do Tribunal do Júri (julgando crimes de homicídios praticados contra a mulher), Vara da Mulher e também nas comarcas do interior do Estado. Haverá mutirão nessas varas.
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