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terça-feira, 26 de julho de 2016

Especialistas discutem raízes sociais da violência contra a mulher

(O Estado de S. Paulo, 26/07/2016) Um estupro é registrado a cada 11 minutos no Brasil, a maior parte cometido por parentes, namorados ou outros conhecidos; USP Talks debate questão na quarta
Prestes a completar dez anos, a Lei Maria da Penha é considerada uma das melhores leis de proteção à mulher do mundo, mas o Brasil ainda está longe de resolver o problema da discriminação e da violência de gênero. Estatísticas indicam que uma em cada cinco mulheres sofre violência doméstica, 13 mulheres são assassinadas por dia e um estupro é registrado a cada 11 minutos no Brasil, quase sempre praticado por parentes, namorados ou outras pessoas conhecidas da vítima.
“A Justiça tem um papel importantíssimo, mas não dá conta de resolver um problema social sozinha”, diz a promotora Silvia Chakian, do Grupo de Atuação Especial de Enfrentamento à Violência Doméstica (GEVID) do Ministério Público de São Paulo, que será uma das palestrantes do próximo evento USP Talks, na quarta-feira, 27, sobre o tema “Violência contra a mulher: Causas, consequências e responsabilidades”.
Clique na imagem abaixo e assista ao vídeo da matéria:
video-estupro-estadao

Contra esses dez anos de Lei Maria da Penha, diz Silvia, pesa uma bagagem cultural acumulada ao longo de vários séculos, predominantemente patriarcal e machista. “A violência ocorre justamente quando a mulher rompe com essas leis do patriarcado.”
“O problema é mais comum e muito mais grave do que as pessoas imaginam”, diz a médica Ana Flávia d’Oliveira, da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, especialista em saúde da mulher e violência de gênero, que também fará palestra no evento. Contrariando o imaginário popular, a violência contra mulheres – incluindo não só agressões físicas, mas também assédio sexual e psicológico – está presente em todas as classes sociais, destaca a pesquisadora. O problema é tão disseminado e tão banalizado culturalmente, diz ela, que muitas vezes nem a vítima nem o agressor se dão conta da violência cometida.
Os eventos USP Talks ocorrem sempre na última quarta-feira do mês. O evento desta quarta será das 12h30 às 13h30, no teatro da Livraria Cultura do Conjunto Nacional (Avenida Paulista 2073). A entrada é livre e gratuita, por ordem de chegada, até a capacidade do auditório (168 lugares). Também haverá transmissão ao vivo pela internet, no canal USP Talks do YouTube: https://goo.gl/6npyAN. O projeto é uma iniciativa da Universidade de São Paulo com o Estado.

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