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sábado, 4 de novembro de 2017

Sofrimento de crianças em conflito é "fonte de vergonha global"

31/10/2017

Declaração é do secretário-geral da ONU durante apresentação de seu relatório sobre crianças e conflito armado ao Conselho de Segurança, nesta terça-feira.

Laura Gelbert Delgado, da ONU News em Nova Iorque.

O Conselho de Segurança realiza um debate apresentado sobre Crianças e Conflito Armado com base num relatório do secretário-geral sobre o tema. António Guterres abriu o encontro na sede da ONU.

Guterres afirmou que crianças ao redor do mundo continuam sofrendo "enormemente e de forma inaceitável" devido a conflitos, o que para ele, é uma "fonte de vergonha global".


"Níveis alarmantes"
O documento cobre o período entre janeiro e dezembro de 2017 e, segundo Guterres, revela "níveis alarmantes de violações".

Ele citou, entre outras, grupos armados forçando meninas e meninos a realizarem atentados suicidas, sofrendo estigma por terem sido recrutados ou serem impedidos de receberem ajuda humanitária vital.

O secretário-geral alertou ainda que nesse período, o relatório testemunhou o maior número de menores vítimas já registrado no Afeganistão, o dobro do número de crianças recrutadas na Síria e na Somália e violência sexual a menores generalizada na República Democrática do Congo, Sudão do Sul e outros locais.

Fuga
Guterres lembrou ainda as dezenas de milhares de crianças no mundo que foram forçadas a sair de suas casas devidos a combates, tendo suas "famílias separadas, suas infâncias interrompidas e seus futuros colocados em risco".  

No entanto, apesar dessa "imagem sombria", houve progressos, segundo o chefe da ONU. Ele citou que mudanças no processo de relatório esse ano permitiu envolvimento maior com partes em conflitos para encorajar a implementação de medidas para proteger melhor as crianças.

O secretário-geral ressaltou que embora haja avanços, a "escala e intensidade de algumas das crises atuais" exige que ações sejam redobradas e abordagens inovadoras sejam tomadas.

O encontro foi presidido pelo ministro das Relações Exteriores e Desenvolvimento Internacional da França, Jean-Yves Le Drian, e contou com a participação da representante especial do secretário-geral para Crianças e Conflito Armado, Virgínia Gamba, que ressaltou que em 2016 mais de 20 mil violações afetando crianças foram documentadas.

Para ela, este é um "número horrível de meninos e meninas que foram sujeitos a atos indescritíveis principalmente por grupos armados, mas também forças governamentais e atores armados desconhecidos".

Virgínia Gamba defendeu que o uso de crianças em zonas de guerra será uma "desgraça" dessa geração.

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