Recente polêmica envolvendo, de um lado, as americanas que chamaram a atenção durante a cerimônia de premiação do Globo de Ouro quanto ao assédio no espaço de trabalho, e de outro lado, as francesas que lançaram um manifesto pela liberdade sexual, criticando o que elas chamaram de “puritanismo” americano, aprofunda o debate sobre o novo feminismo mundial, seus rumos, os limites entre assédio e uma simples cantada, no que consiste a violência psicológica contras as mulheres, qual o papel do homem e a nova leitura do conceito de masculinidade, e quais os impactos de determinados comportamentos masculinos nas vidas das mulheres e a liberdade sexual.
Cantoras brasileiras se destacaram nos palcos e nas listas de canções mais ouvidas no país em 2017, mas homens ainda são maioria nos espaços mais privilegiados do mercado musical brasileiro. Ainda assim, elas seguem abrindo caminhos para si mesmas e para outras profissionais da música
Por Nana Soares*
31 DE JANEIRO DE 2018
Elas são, hoje, as artistas mais populares do Brasil. Há décadas mostrando sua força no pop, as mulheres agora também estão na elite de estilos como sertanejo e funk, que há anos dominam as paradas no país. Se em 2013 havia apenas quatro brasileiras entre as 16 cantoras presentes na lista das 100 canções mais tocadas nas rádios do país, em 2017 todas as 19 cantoras no ranking são brasileiras, segundo o levantamento anual realizado pela Crowley Broadcast Analysis.
Algumas têm feito mais sucesso do que outras: Marília Mendonça, Maiara e Maraísa, Simone e Simaria e Anitta foram as intérpretes mais ouvidas no Brasil em 2017, nas rádios e em plataformas de streaming. Nestas últimas, elas chegam a bilhões de execuções, também por terem sido responsáveis por alguns dos maiores hits do país nos últimos anos.