Demorou só 651 indicações para a Academia enfim quebrar este jejum histórico da categoria
por Pedro Strazza
23.jan.2018
Demoraram 651 indicações e noventa edições, mas uma mulher enfim foi indicada ao Oscar de Melhor Fotografia. Na manhã desta terça-feira, Rachel Morrison teve seu trabalho em “Mudbound – Lágrimas Sobre o Mississipi” laureado pela votação realizada pela Academia de Artes e Ciências Cinematográficas como um dos melhores trabalhos de fotografia do ano.
Para se ter uma ideia da escala do problema, a categoria de Melhor Fotografia era a única estatueta sem definição por gênero da premiação que não havia uma mulher sequer indicada em seu longo histórico, contrariando outras categorias que já há algum tempo lembram (e até mesmo premiam, quem diria) o trabalho de pessoas do sexo feminino na indústria.
Morrison concorre pelo prêmio junto de Roger Deakins (“Blade Runner 2049”), Bruno Delbonnel (“O Destino de Uma Nação”), Hoyte van Hoytema (“Dunkirk”) e Dan Laustsen (“A Forma da Água”).
Pouco depois do término do anúncio dos indicados, Morrison soltou uma declaração à imprensa dizendo estar muito honrada com a nomeação:
“Enquanto é difícil de acreditar que esse teto demorou tanto pra ser quebrado, eu estou absolutamente humilde e animada por receber esta grande honra. Eu espero que minha nomeação sirva para encorajar mais mulheres a colocar uma câmera em seus ombros ou a seguir os seus sonhos não importe a distância que se coloque.”
Além da gigantesca importância histórica, a nomeação de Morrison é também parte de uma grande vitória para a Netflix, que viu seu “Mudbound” chegar em duas das principais categorias do prêmio. Além de Fotografia, o longa concorre em Melhor Atriz Coadjuvante para Mary J. Blige, que também descolou uma nomeação a Melhor Canção por “Mighty River” – o combo atuação/canção, vale dizer, é extremamente raro na História do Oscar.
A 90° cerimônia de entrega dos Academy Awards acontece na noite do dia 4 de março.
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