O chefe da Fundação Musical Teatro del Maggio, de Florença, Cristiano Chiarot, disse ter discutido mudar a ópera com Muscato para dar à obra um final mais moderno
Da Redação
08 de janeiro de 2018
Não chega a ser spoiler. Todos sabem que Cármen, a poderosa heroína cigana da ópera do francês George Bizet, morre esfaqueada no final, por seu enciumado amante.
A popular ópera, que estreou em 1875, no entanto, teve um novo final no último domingo, em Florença, para destacar a batalha em curso para acabar com a violência contra mulheres na Itália.
Na versão mais recente, escrita pelo diretor italiano Leo Muscato, Carmen não irá mais morrer pelas mãos de seu amante rejeitado, Don Jose, que abandonou por um toureiro, mas irá matá-lo.
O chefe da Fundação Musical Teatro del Maggio, de Florença, Cristiano Chiarot, disse ter discutido mudar a ópera com Muscato para dar à obra um final mais moderno.
“Em um momento em que nossa sociedade está tendo que confrontar o assassinato de mulheres, como podemos ousar aplaudir o assassinato de uma mulher?”, disse Chiarot, que assumiu no ano passado, à Thomson Reuters Foundation por email.
Números do Instituto Nacional de Estatísticas da Itália indicam que uma em cada três mulheres italianas entre 16 e 70 anos passou por violência física ou sexual em 2014, enquanto 149 mulheres foram assassinadas em 2016, metade delas mortas por parceiros ou ex-parceiros.
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